Hoje vou-vos falar de uma das maiores ‘iguarias’ aqui da zona do Baixo Vouga… Arroz de lampreia.
Estamos na altura em que este peixinho lindo sobe os rios para desovar a montante como todos os anos acontece… e como todos os anos, existe uma miríade de pessoas que congemina em grupo para se juntarem num grande festim diurno (almoço) ou nocturno (jantar) de forma a empanturrarem-se de lampreias em arroz embebido no seu sangue… só de ouvir já arrepia…
Quase ao preço do ouro, pescadores por toda a parte, muitas vezes ilegalmente – a maioria das vezes para ser honesto – apanham estes bichos para os atirarem para a panela que irá alimentar os tais convivas…
Acontece que, neste preciso momento, estou numa sala ao lado de uma cozinha onde isso está a acontecer… estão pessoas ali ao lado a apreciar um fantástico (para eles) arroz de lampreia…
...eu fiquei-me por uma Pizza...
Pois digo-vos… eu estou deste lado por 4 razões específicas:
- Detesto sangue de animais coagulado em cozeduras, seja ele em arroz ou onde quer que seja, e nunca percebi qual o prazer de comer tal coisa… e podem crer que já experimentei por duas ou três vezes, sempre com o mesmo resultado: vómito.
- Acho péssimo o sabor daquela coisa, por muito vinho, alho ou outros condimentos que lhe ponham para o disfarçar…
- O próprio cheiro do cozido é suficiente para me pôr a correr…
- E por fim, se eu estivesse sozinho no mundo e tivesse de sobreviver através dos bichos que me rodeiam, a lampreia (Cyclostomi) era de certeza dos últimos a utilizar…
A lampreia parece pertencer a um grupo de peixes que se situa, na árvore da evolução, logo a seguir aos vermes, ou seja, é um peixe que poderá representar a etapa seguinte na evolução de verme para peixe…
E a verdade é que uma lampreia, principalmente quando jovem, não difere em muito das sanguessugas. Vejam a foto aqui em baixo de duas delas a parasitar um peixe, uma no lombo e outra já dentro das guelras a sugarem o sangue do coitado do bicho… e a outra a seguir, já adulta, a tentar sugar o ‘dono’… que deve estar a pensar dar-lhe o seu sangue para a engordar e depois a comer em arroz de sangue…arroz do seu próprio sangue que passou pelo rudimentar sistema digestivo deste bicho com aspecto de alien…
Ora, o que me faria levar a comer um bicho destes que, para além de se alimentar sugando o sangue de outros bicharocos, tem mais semelhanças com um verme do que com um peixe (nem estômago tem), e para além de tudo deita muco pela pele… puáááá!!!! Nada!!!!
Lampreia?... Não obrigado.
4 comentários:
Eu, grande viciada em arroz de lampreia, discordo completamente! ;-)
Já estive mais que uma vez, ao pé de um aquário cheio delas e só pensava no "arrozito" que ia comer a seguir... e olha que também vi muitas vezes "amanharem" as ditas! O muco da pele sai muito bem com serapilheira, era como o meu pai fazia!
Este teu post (magnificamente ilustrado, by the way!) significa que também não gostas de enguias, certo? Nem te vou dizer de que é que as enguias se alimentam... :-D
Népias!!!...enguias? No Way!!... heheh... e por acaso até sei do elas se alimentam, mas prefiro nem pensar nisso... e já agora... já tentaste, amanhar uma das grandes, com ela vivinha da silva?...
JB:
Nunca amanhei uma lampreia! E tenho pena de não saber...Mas enguias... é famosa a minha caldeirada de enguias! Só com enguias da ria de Aveiro! Nem pensar em usar outras! E sou sempre eu que as amanho! Tive um bom mestre: o meu pai! Vêm para cá, congeladas no lodo da marinha e são sempre arranjadas por mim! Mas também já amanhei muitas enguias vivas e das grandes (brazinos), ainda a fugirem do alguidar ... ;-)
wow qué maldito parásito
una enorme polla que puede morder!
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