sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PEGADA ECOLOGICA vs. GLOBAL WARMING


Quando era puto achava que iria ser um eco-activista… com o passar dos anos, comecei a ficar muito mais frio quanto ao sentimento de protecção do meio ambiente… continuo a tê-lo, mas sou muito mais racional e cuidadoso com a informação que chega de todo o lado…

A verdade é que compreendi que as atitudes de protecção ecológica não são encaradas de uma forma real pela sociedade.

Tudo me parece como a imagem que tenho da sociedade americana: É puritana quanto a apregoar os bons costumes cristãos, mas as mesmas pessoas que os proclamam durante o dia, à noite vão para uma casa de strip ou de prostituição, perfeitamente legal… não sei se estão a ver a analogia…

E esta cena do aquecimento global é algo que me deixa muito apreensivo, não por o aquecimento não ser real, que é, mas pela moda de se ser a favor da redução de emissões sem se saber muito bem o que isso é realmente, e quais os métodos eficazes de reduzir as emissões Humanas. Algo que poderá ser contraproducente, como na história do Pedro e do Lobo…

Ultimamente até já surgiu uma expressão gira para definir o quanto cada um contribui para o aquecimento global… a nossa pegada ecológica

É quase como criar na sociedade, diga-se, nas massas, o efeito de auto-comiseração, como se fossemos as gerações causadoras do fim do mundo… como se os nossos antepassados caçadores recolectores e agricultores, não tivessem uma pegada do tamanho do bigfoot com a sua tecnologia do fogo e do gado…

Apesar da evidência clara do clima estar aquecer, já poderá não ser tão evidente que seja a Humanidade a causa directa de tal situação...

A realidade é que somos uma espécie muito arrogante, muito dona do seu nariz, egocêntrica e “detentora da verdade”...a religião cristã demonstrou-o durante séculos, com o dogma de sermos o centro do Universo...

Bom...

Acontece que, se calhar, tudo não passa de um ciclo natural, potenciado de certa forma, é certo, pelos comportamentos humanos.

Sabe-se hoje, que existem inúmeros factores de disrupção do sistema climático terrestre que, ao contrário do que muitos julgam, não é independente dos restantes sistemas terrestres.

A Terra por si só é um único e enorme sistema virtualmente fechado, (quase como aqueles aquários fechados de camarões... bem... quase), que obtêm energia directa, que eu me lembre agora, de quatro diferentes formas, que, por sua vez, actuam em conjunto no clima terrestre:

- Radiação Solar (aquecimento e influências oceânicas, atmosféricas e biológicas)
- Gravidade lunar (marés oceânicas e segundo o que se afirma agora, marés terrestres)
- Rotação e translação terrestre (ventos, ciclo dia noite e estações climáticas anuais)
- Decaimento radioactivo do núcleo terrestre; (vulcões, chaminés oceânicas, deriva continental, campo magnético da Terra)

Qualquer uma destas imprime cargas energéticas no sistema terrestre de uma forma cíclica e, digamos, quase constante ao longo de segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e mesmo séculos…
As grandes variações energéticas deste sistema ocorrem em períodos temporais milenares e geológicos…

Quanto à massa do sistema, por força da gravidade terrestre, mantém-se praticamente inalterada.

A excepção? Catástrofes com emissões de energia e adicionamento de massa de origem espacial… super-novas, asteróides, choques interplanetários (origem da Lua).

E é exactamente por ai, pelo facto da Terra ser um sistema fechado sem variações de energia e massa (incluindo a biomassa) capazes de o alterar consideravelmente num curto espaço de tempo (centenas ou dezenas de anos), que me parece que este aquecimento global não pode ser considerado um acontecimento irreversível, nem propriamente um acontecimento...
a 2ª Lei da Termodinâmica assim nos diz...

A meu ver, e à escala Humana, existe efectivamente uma alteração climática, apesar desta alteração apenas ter podido ser mensurável somente nos ultimos 150 anos com a origem dos registos precisos a partir do final do Séc. XIX (a palavra ‘precisos’ implica registos diários de várias variáveis climáticas, em múltiplos locais do planeta).

E como qualquer pessoa minimamente conhecedora do processo de análise de dados estatísticos sabe, quanto maior a amostra e as variáveis introduzidas, maior é a precisão dos resultados.

Como tal, em datas anteriores ao século XIX, e à medida que nos embrenhamos cada vez mais no passado, mais a precisão dos dados obtidos se torna rarefeita. Não é possível determinar, com base em registos geológicos (incluindo registos do gelo antigo), quais foram as alterações climáticas que ocorreram diáriamente, ou mesmo mensalmente, no decorrer de um período de 100 anos, há 50.000 anos atrás, com a mesma precisão com que as temos nos últimos 100 anos.

A analise climaterica do passado é desenhada apenas pelas evidências gerais das variações climáticas.

O facto de estarmos a tentar desenhar esse tipo de generalidade climatérica para o futuro, parece-me um grande exercicio de adivinhação. Neste momento, não julgo ser possível determinar concretamente o que se irá passar nos próximos 100 anos, simplesmente porque os dados que temos actualmente, por serem incrivelmente precisos, e estarem em constante actualização, demonstram o quanto o sitema climatérico é volátil a pequenas alterações dos grandes influenciadores energéticos acima descritos...


Quem nunca odiou o homem do tempo por ter dito que ia estar sol amanhã, quando afinal se apanha uma molha, que se atire a criar modelos climatéricos informatizados.


Como tal, qualquer modelo matemático aplicado às futuras alterações climáticas é, a meu ver, e de certa forma, desvirtuado pelos dados que são inseridos pelo programador, exactamente por serem dados momentâneos e extremamente mutáveis... e... por poderem ser objecto de falta de isenção, pelo facto do programador se encontrar embebido numa sociedade cada vez mais paranóica quanto ao aquecimento global.

Por outro lado, muitos modelos matemáticos, carecem das informações de novas variáveis que vão surgindo e vão sendo consideradas à medida que melhoramos os nossos conhecimentos.

Como tal, poderemos ter alterações climáticas futuras rápidas, como podemos apenas estar a vivenciar um cíclico climático de médio prazo, mas normal, como foi a pequena Idade do Gelo que ocorreu num período de 400 anos (~1250 a ~1650) e que, por sua vez, ocorreu após um período de aumento de temperatura média chamado Período de Aquecimento Medieval (~800 a ~1300).

A questão que eu coloco é a seguinte:

- Se transportássemos toda a nossa civilização moderna para essas eras, será que não teríamos a ilusão de sermos os causadores dessas variações climáticas?

É que, para mim, toda esta coisa de "alteração climática", que, concordo, está efectivamente a acontecer, e temos como prova o Verão de final de Outubro que estamos a vivenciar este ano (olhem para as árvores de folhas caducas, as folhas ainda lá estão!!); tudo isso, dizia, me parece muito mais o resultado de um ciclo natural, mesmo que ligeiramente potenciado pela sociedade Humana, do que propriamente sendo causa directa da actividade do Homem.

E parece-me demagógico, uma demagogia saudável é verdade, mas parece-me de uma demagogia demasiado alarmante, e de um Humanismo extremamente egocêntrico, a ideia que é o Homem o principal causador das alterações climáticas, quando sabemos hoje, que existem variáveis infinitamente mais influenciadoras dessas alterações, como são os ciclos solares, por exemplo.

Analiso, para acabar, apenas um pequeno pormenor dos muitos que poderia enunciar, e que me deixa convicto que tudo não passa de demagogia, saudável, repito, apesar de tudo:

A tal pegada ecológica, nomeadamente, a libertação para a atmosfera de CO2.

Todos estão cientes que o homem encontra-se a libertar anualmente, aquilo a que se já se chama de GigaToneladas de CO2... CO2 esse que faz parte do sistema terrestre, não vem do espaço.

E todos concordam em diminuir as emissões dos veículos automóveis, aliás, essa é uma das grandes bases de toda a política de diminuição de emissões de CO2...

É aqui entra o tal Humanismo Egocêntrico de que falava. Parece-me óbvio que ideia da diminuição das emissões dos veículos automóveis advém do facto desses veículos serem um produto exclusivamente Humano. Foram introduzidos no sistema pelo Homem.

Contudo, existem outras emissões de CO2, promovidas pelo Homem, que são incomparavelmente mais problemáticas que a dos carros, de que ninguém fala, e quando se fala, toda a gente se ri...

É o exemplo do: - Gado Bovino... já vos imagino a rirem-se que nem uns perdidos...

Acontece que ouvi, ou li, há uns tempos atrás, que as Nações Unidas, ao tomarem consciência do problema, tiraram conclusões alarmantes da gravidade do mesmo quanto às emissões de CO2 e quanto a dificuldade (muito maior que a dos carros) da sua resolução perante as consequências sociais associadas.

Fui investigar, e sem encontrar dados muito precisos, fiz eu umas contas simples de cabeça com base nos dados estatísticos que encontrei...

...sentem-se para não caírem:

- Existem actualmente no mundo ~800.000.000 veículos automóveis;
- Em média, (estatísticas nos EUA) cada veículo faz 30km diários;
- Em média, cada veículo de combustão interna, emite 170g/Km de Co2;
- Contas feitas, se não me engano, são emitidas diariamente por veiculos automóveis:

~4.080.000 Toneladas/Dia; ~4 GigaToneladas/Dia de CO2

No entanto...

- Cada vaca leiteira emite em média 6100L de CO2 por dia!!! Sem contar com CH4 (metano)!!!... (dados obtidos em 1993 numa produção animal do Canadá com uma análise de 24 horas sobre 24 horas em 118 animais com intervalos de 5 horas entre Junho e Novembro de 1993).

Para converter as medidas obtemos a densidade do CO2 gasoso = 1,98Kg/m3, o que resulta em ~12,00Kg/dia de CO2 emitido por cada vaca;
- Existem actualmente e em crescimento rápido... “According to the International Erosion Control Association, which tracks overgrazing, the world's cattle herd went from 720 million in 1950 to 1.53 billion in 2001.”
- 1,5 biliões de cabeças de gado bovino, isto em 2001!!!

- Contas feitas, e se não me enganei, são emitidas diariamente apenas pelo gado bovino:

~18.000.000Toneladas/Dia; ~ 18 GigaToneladas/Dia de CO2!!!!

Extrapolem isso para toda a biomassa do planeta e facilmente chegamos à conclusão que a nossa pegada ecológica poderá não ser assim tão dramática como se apregoa...

Digam-me agora... como posso eu reagir a leis como as que vão impôr para que os futuros carros que conduzirmos tenham de emitir menos uns 20g/Km de CO2?

Não vos parece tudo uma demagogia pegada? Não parece que é apenas uma adaptação governamental às modas dos tempos e apenas servem para atirar areia para os olhos de todos nós???

Acredito que a intenção de reduzirmos a nossa pegada ecológica é das melhores, e, sublinho, deve ser feita, mas que consequências sérias para climatologia planetária poderá ter???

Se o problema é grave, não seria mais importante o atacarmos de frente, e deixarmos as pontas para mais tarde??

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Indo eu, indo eu, a caminho de Viseu...

Não sei se já notaram, mas, para quem conduz, existem algumas Cidades em que é literalmente impossível encontrar seja o que for...

Eu posso até dizer que me julgo com uma certa capacidade de orientação. Já conduzo há muitos anos e já passei de carro por inúmeras cidades Portuguesas e Europeias...

No entanto, existem duas cidades que me deixam perplexo perante a sua desorganização rodoviária, e cujo o caos nos deixa verdadeiramente perdidos no meio de tal confusão de estradas, rotundas, cruzamentos e faltas de sinalização...

Uma é Lisboa. Só que em Lisboa é possível orientarmo-nos geograficamente, já que a orientação das ruas principais é, na sua grande maioria, perpendicular ao rio... e existem pontos de referencia geográficos e urbanos que acabamos por utilizar quando nos perdemos no meio de vias sem indicação das direcções principais.

A outra é Viseu... a cidade das rotundas... a coisa mais aberrante que eu já vi em toda a minha vida, algo que nunca vi em mais nenhum lugar por onde já passei... perto disso só as estradas pintadas no meio de uma praça enorme em Bern, na Suiça.

Mas hoje em dia qualquer autarca que se diz autarca tem de plantar umas quantas rotundas pela sua Cidade de forma a conseguir espaço para implantar outras quantas estátuas. E Viseu ganha o prémio do melhor autarca do mundo...

Aliás, em Viseu, qualquer gajo de barba rija e com uns centavos na carteira constrói uma rotunda à saída da garagem... é de macho ser o criador de mais uma rotunda... até penso que em Viseu as rotundas já evoluíram para a reprodução assexuada ... já ninguém precisa de as construir, elas constroem-se a si próprias.

Bom...mas Viseu é Viseu e como podem ler no seguinte pequeno extracto de um texto sobre a história da engenharia rodoviária nos EUA, nem sempre a modernidade é apanágio do discernimento português:

"(...) The experience with traffic circles and rotaries in the US was almost entirely negative, characterized by high accident rates and congestion problems. By the mid 1950s, construction of traffic circles and rotaries had ceased entirely. The experience with traffic circles in other countries was not much better until the development of the modern roundabout in the United Kingdom during the 1960s.(...)"

De notar apenas que as modern roundabout têm regras bem concretas, que raramente são observadas nas rotundas nacionais...

Continuando...

Ontem, fui novamente, e pela centésima vez, a Viseu... e pela centésima vez perdi-me e perdi 45 minutos da minha vida a tentar entrar no meio da Cidade e a encontrar o que queria... desta vez nem consegui encontrar a ‘Cidade’ propriamente dita... ok...podem-me chamar cromo, mas foi mesmo isso que aconteceu.

Viseu já por si tem poucos pontos de referência, quer geográficos, quer urbanos... e à noite as coisas ainda são piores.... em termos urbanos existe um edifício facilmente reconhecível, o ‘Palácio do Gelo’, e quem entra pela A25 do lado Sul, tem ai um bom ponto de referência... depois? Depois acabam o pontos de referência...

E ontem foi assim. Entrei pelo Sul, esperando conseguir chegar ao Forúm de Viseu do lado Norte... a minha miúda diz-me sempre: ‘Dá a volta pela circular...”

O problema é perceber onde está a circular da Cidade... ao entrar na suposta circular junto ao ‘Palácio do Gelo” deparam-se sucessivamente, e em todos o cruzamentos, rotundas do mesmo tamanho e forma.

Ora uma estrada em que todos os cruzamentos existem rotundas praticamente iguais, deixa de ter referências geográficas... tudo é igual... para agravar, não existem edifícios que possam constituir referências urbanas. Agravando ainda mais, todas as ruas que saem e entram nas rotundas têm exactamente a mesma tipologia: - 4 faixas de rodagem, que vão dar a outra rotunda e assim sucessivamente. E agravando tudo, surge o problema número 1 de todas as Cidades Portuguesas: - Sinalização de indicações principais deficiente ou inexistente. E nas rotundas isso torna-se especialmente grave pois a sua tipologia com diversas saídas torna perfeitamente desorientador a procura da saída correcta.

Conclusão, das quatro vezes que segui a orientação ‘centro’, em três vezes fui dar a zonas residenciais, onde a suposta estrada principal de 4 faixas desaparece, tendo de inverter a marcha e voltar às rotundas ... na 4ª vez, atravessei um bairro e vi-me deparado no meio de uma mata...supostamente no centro de Viseu...

Com tudo isto, desisti...telefonei e pedi para se encontrarem comigo em Mangualde... mas... e agora? como vou sair de Viseu?.... bom, lá fui eu à procura de uma placa azul que indicasse a auto-estrada... elas existiam, mas qual a que deveria escolher? Em várias rotundas apareciam as seguintes placas em sentido inverso: <--A24; A25--> ... na rotunda seguinte: A24-->;<--A25 ... ???!!!!! ... mas que raio??!!! Será que não sabem colocar ‘Coimbra’, ‘Vila Real’, ‘Guarda’ ou ‘Aveiro’ na porra das placas de auto-estrada, como gente normal o faz??? Ah! Afinal têm essas indicações... em placas verdes a dizer IP5??? Mas...esperem, a IP5 já não existe??!! ....

Bom, não sei como nem porquê, apercebi-me que tinha dado a volta à Cidade, sem nunca a ter encontrado verdadeiramente, porque apareci do lado oposto do ‘Palácio do Gelo’...

Em uma hora, lá consegui entrar e sair de Viseu, com umas peripécias pelo meio.... e em 5 minutos cheguei ao centro de Mangualde...

Seria interessante que os nossos autarcas tivessem um pouco mais cuidado com a sua rede viária, ou deixassem de ter negócios com as empresas de GPS....podia ser que as indicações melhorassem... Para quem quer crescer em termos turísticos a falta de atenção a essas questões pode ser um problema...

... em todo o caso da próxima vez que for a Viseu levo o meu GPS... isso é certinho!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Civismo e Cidadania...

“O termo CIVISMO, refere-se especificamente às atitudes e comportamentos que no dia-a-dia manifestam os diferentes cidadãos na defesa de certos valores e práticas assumidas como fundamentais para uma vida colectiva de modo a preservar a sua harmonia e melhorar o bem-estar de todos o seus membros.”


“O termo CIDADANIA, define o vínculo que liga os indivíduos a um Estado, e se corporiza num dado estatuto jurídico-político, que lhes confere um conjunto de direitos e deveres.

Entre os deveres de qualquer cidadão, aquele que possui uma dada cidadania, está o dever de participar na vida da sua comunidade contribuindo por todas as formas ao seu alcance para a manter e melhorar.”


Estas são definições – civismo e cidadania –, que estão a desaparecer da consciência social.


Infelizmente, sinto-me obrigado a elaborar um comentário sobre isto, pois considero que são palavras em desuso no nosso país.


Existem inúmeros exemplos que posso dar sobre faltas de civismo desde os estacionamentos em cima dos passeios e à frente das portas de garagem, ao fumar junto de pessoas que não o fazem, bem...vocês conhecem certamente tantos casos como eu.

Há uns dias atrás em conversa com uma amigalhaça, verifiquei que o nível da falta de civismo é particularmente grave.


Acontece que na semana passada, essa minha amiga, ao sair do trabalho, tropeçou e estatelou-se no chão, partindo inclusivamente um pé... devido à hora tardia, não existiam pessoas por perto, excepto uma senhora dentro de um carro que ao ver a cena riu-se (quem não o faria?) mas ao verificar que a situação era um pouco mais grave, simplesmente virou a cara...


Encontro com alguma frequência situações deste género, em níveis piores ou menores de gravidade... e nem eu estou imune à selvajaria ...


Costumo fazer 30 Km de bicicleta diariamente e ontem aconteceu-me mais uma situação que poderia englobar na falta de civismo existente por ai... neste caso diria mais: Selvajaria...


Nessas voltas passo sempre por uma rotunda de 3 faixas de rodagem com tráfego intenso.

Para evitar entrar na rotunda utilizo uma faixa clicável que se encontra nos passeios e que desemboca nas passadeiras que atravessam as vias de acesso à rotunda... o que não deixa de ser curioso, face ao que preceitua o Código da Estrada: - não é permitido circular de bicicleta em vias pedonais... e ao que parece, a passadeira é uma via pedonal.


Acontece então que, para atravessar a via, teria de sair da bicicleta e atravessa-la à mão pela passadeira...

...ora, por uma questão de lógica e para não criar embaraço no trânsito intenso com o atravessamento lento e a pé de duas faixas de rodagem, obviamente que não o faço.

Simplesmente atravesso a passadeira, em 2 ou 3 segundos, em cima da bicicleta até ao outro lado onde se encontra a via clicável. E ontem, voltei a faze-lo.

Por norma, aquela hora, existe sempre uma fila acentuada de carros para entrar na rotunda, e por norma também, ninguém respeita a paragem antes da passadeira, ficando sempre carros em cima da mesma, prejudicando a passagem de peões de um lado para o outro.

Normalmente tenho que aguardar que alguém me ceda a passagem, pelas razões apontadas (atravessar na bicicleta), mas quando o trânsito está parado, costumo forçar a passagem por entre os carros.

Ontem, a coisa ia correndo mal... uma senhora (que se calhar era a mesma que virou a cara à minha amiga) não satisfeita com o seu dia, decidiu tentar atropelar-me quando viu que ia a passar de bicicleta na passadeira.

Ora se a mulher estava parada antes da passadeira, à espera que os carros avançassem, porque razão é que de repente lhe passa pela cabeça acelerar contra mim a buzinar e a berrar que nem uma c#br$????

Poderia lhe assistir toda a razão do mundo, mas esqueceu-se da agressão física que estava prestes a cometer...

Na realidade o Código da Estrada em Portugal é uma verdadeira aberração no que diz respeito à circulação de bicicletas... pura e simplesmente são subvalorizadas não tendo quase qualquer tipo de prioridades a nível de trânsito, ao contrário dos restantes estados membros da Comunidade. Aliás, o Código da Estrada pouco faz referência às bicicletas a não ser na atribuição de algumas multas...

Por uma questão de civismo, primeiro, e de cidadania, depois, deveria a senhora ter tido um comportamento condizente com uma cidadã e não condizente com uma terrorista selvagem.

O facto de uma Lei ser omissa e/ou negligente quanto a utilização, neste caso, de um meio de transporte que deveria ser, a meu ver, um dos mais privilegiados por tudo que significa a nível ambiental; esse facto, dizia, não deveria ser causa de um qualquer cidadão, per si, não actuar civicamente perante tais falhas legais, e, em termos de cidadania, de não lhe assistir o dever de tomar uma atitude em prol do desenvolvimento de atitudes que promovam a melhoria da sociedade em que vive.

Ora, são este tipo de atitudes negligentes que me enojam particularmente. E porquê? Porque para além destas pessoas, (que cada vez são mais), não terem, elas próprias, um pingo de cultura cívica e de cidadania, estão a transmitir essa atitude selvagem aos filhos.

E são esses filhos, esses pirralhos selvagens que hoje abundam pelas nossas escolas, com atitudes parvas de falta de educação para com os professores que, infelizmente, se vêem actualmente impedidos de imporem a sua autoridade sujeitos que estão quer a processos disciplinares, quer a violência física por parte dos familiares... no meu tempo, se fosse fazer queixa de um professor ao meu pai, estava sujeito a levar uma coça ainda por cima.

Os professores são educadores, e por definição, deveriam ter a capacidade de autoridade sobre esses meninos mal comportados, e deveriam ser apoiados por todos nesse sentido, inclusivamente pelo próprio Estado.

E é o próprio Estado, ao desprestigiar o indivíduo criando legislação cada vez mais orientada para as questões económicas, como é o caso óbvio dos Professores, que promove a destruição da consciência social de civismo e cidadania, de que eu próprio me considero actor (ver post Questões de Voto”).

É alarmante verificar-se a inexistência da formação cívica e de cidadania junto dos mais novos, quer ao nível familiar, quer ao nível da educação formal nas Escolas por imposições governamentais de influência económica.

Estamos a criar uma sociedade que se irá desagregar pela falta de cidadãos capazes de uma convivência de respeito para com o seu semelhante.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nobel do fim-de-semana...

Ora bem...

Depois de muito matutar, decidi com alguma relutância escrever qualquer coisa sobre o Nobel da Paz de 2009... é que tooodaaaaa a gente escreveu e comentou este facto... pelo menos internacionalmente falando...
....já Portugal, parece que o Mundo lhe passou ao lado durante este último fim-de-semana...

Fiquei até espantado com o facto de existirem pessoas que nem souberam da atribuição do Nobel da Paz...e falo de pessoas que considero com uma certa ‘urbanidade’...

Bem, voltando ao Peace Nobel Prize 2009....

Para ser honesto não consigo compreender qual a razão de tanto alarido. A maior parte das críticas advém do facto de se ter dado um prémio a alguém que não fez nada de concreto pela Paz no Mundo, não houve ‘obra feita’... bem, mais uma vez depende do ponto de vista. Para mim esse tipo de argumentação não passa de ‘dor de cotovelo’...

Acontece que este Nobel é talvez o mais subjectivo de todos. Basta pedir a qualquer pessoa para definir ‘Paz’ e para indicar os parâmetros que definem ‘fazer algo pela Paz Mundial’, e teremos inúmeras respostas diferentes... alguém consegue definir parâmetros concretos?... cada um de nós presume o que quiser acerca disso...

Aliás, basta olharem para a lista de laureados para perceberem o que eu quero dizer:

Lista de Laureados

É uma lista estranha, não é? Vejam que até um exército armado faz parte da lista: The United Nations PeaceKeeping Forces...

E a Madre Teresa de Calcutá? Porquê um prémio entregue a alguém que apenas fazia o seu trabalho enquanto religiosa? Porque não o dar a tantos outros missionários que por ai se matam (literalmente)???

Ou então, qual a razão de um Nobel a Andrei Dmitrievich Sakharov cuja a única coisa que fez foi produzir armas nucleares? O que fez o homem? Que eu saiba foi apenas um activista, agiu com palavras....porque mal o Governo Soviético soube o que o tipo andava a fazer ‘deu-lhe’ umas longas ‘férias’ no Gulag, na Sibéria...

Não sei se os críticos do prémio a Obama conseguem ‘perceber’ qual a definição subjacente a este prémio... é que a sermos tão rígidos como foram com a atribuição do prémio deste ano, mais de metade do laureados não deviam ter recebido o prémio.

Este prémio destina-se em grande medida a ‘ideias’ e são estas que são as precursoras dos actos.

O exemplo de Sakharov é óbvio. Um físico nuclear Soviético de renome internacional, cujas ideias contribuíram em grande medida para a mudança de mentalidades no bloco soviético...

E se as ‘ideias’ valem muito, mais valem se forem emitidas por ícones e/ou líderes sociais, que arrastam as massas para as porem em prática...

(... eu, por exemplo, tenho ideias excelentes não tenho?? Mas, como podem facilmente verificar, o seu valor é tão grande quanto eu sou conhecido... só o pessoal de família e alguns amigos é que lhes dão algum crédito...se é que dão...)

E se as ideias desses líderes forem partilhadas por uma grande parte da população, mais enraizadas elas ficarão, e mais facilmente e rapidamente serão colocadas em acção...

E quem é, supostamente, o homem mais poderoso do mundo??? Esse mesmo, o Presidente dos Estados Unidos... e sendo, supostamente, o país mais poderoso do mundo que teve uma corrente ideológica belicista nos últimos 8 anos, não será justo atribuir o prémio ao seu novo líder, por ter mudado radicalmente a corrente e a ideologia politica existente até então?...

Obama, poderá não ter feito ainda a sua ‘obra’, mas desde que apareceu na corrida à presidência dos EUA que começou a preparar a sua ‘obra’... As ‘ideias’ deste homem são pragmáticas e demagogia não faz parte do seu vocabulário, e sendo ele o suposto ‘lider mundial’, criou finalmente a esperança na população mundial de que os problemas actuais podem finalmente ser resolvidos de uma forma real...

Obama, eliminou o factor ‘demagogia’ do vocabulario da adminstração norte americana e tenta-o eliminar da politica internacional. E essa é a pedra basilar da sua futura ‘obra’.

Finalmente apareceu alguém com poder suficiente, cujas vontades e ideias relativas ao Nuclear, as divergências civilizacionais, ao ambiente e à guerra, vão de encontro às ideias e vontades do comum dos mortais que pouco poderia fazer sem um líder desta importância.

Sinceramente, não encontro melhor exemplo de um Prémio Nobel da Paz do que este... vai totalmente de encontro aos Diagramas de Venn que resolvem os silogismos da definição de Nobel da Paz que todos nós temos... e claro, vai de encontro ao espírito do Prémio em si, como poderão ler aqui.

Este Peace Prize, foi um bocado de ‘cimento e tijolo’ oferecido pelo Comité Nobel, para que Obama consiga fazer a sua ‘obra’...vejamos no futuro se será impedido de a construir por todos os que continuam a ver como prioritários, apenas os seus interesses pessoais, como foi o caso da recusa do Congresso à bill para o sistema público de saúde americano...adivinhem qual o lobbie económico que esteve por trás dessa nega... umas das empresas desse lobbie pagava milhões em bónus aos seus gestores, mesmo quando estes causavam enormes prejuízos ... AIG diz-vos alguma coisa?..

Se Obama não for capaz de iniciar uma mudança de mentalidades e até mudar alguma coisa, mais ninguém o conseguirá, pelo menos a bem... e poderemos nos ter metido num grande sarilho enquanto civilização.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Jornalismo Moderno...

Qualquer pessoa que siga este blog, mesmo que raramente, deve perguntar-se sobre a razão pela qual me interesso particularmente por temas que pouco têm a ver com Portugal e a nossa realidade político-social.

Bom, acontece que essa realidade, em Portugal, e não só, é verdadeiramente aborrecida, e para ser correcto, é uma realidade que pouco aquece ou arrefece o futuro do nosso País, pois, cada vez mais os desígnios de cada País estão intimamente ligados à geopolítica internacional, e, fundamentalmente, à economia global, no seu geral.

Por isso mesmo é que não me interessei minimamente pelas ocorrências politicas nacionais dos últimos fins-de-semana (eleições), mas sim pelo que tem ocorrido internacionalmente

Acontece que sou habitual telespectador dos canais de notícias internacionais, CNN, SkyNews, France24, CNBC, FoxNews, Aljazeera, BBC, EuroNews… e tenho a sorte de ser um dos poucos habitantes deste País que reúne cumulativamente as 3 condições que, a meu ver, permitem formular alguns comentários equilibrados sobre factos internacionais:

- Consigo angariar a prestação mensal para a MEO, que transmite os canais de notícias acima descritos, não o gastando na SportTV,
- Sei Inglês;
- Não destruo o meu cérebro com FastFood televisivos, como novelas e futebol.

…Claro que estou a ser irónico... até porque, para ser honesto, não é fácil emitir comentários sobre politica, seja nacional ou internacional… a politica, cada vez mais, é uma questão de paixão, tal como o futebol, onde, na maioria das vezes, a racionalidade fica à porta...

Para a maioria das pessoas, o facto de vêr vários canais de notícias pode parecer algo de aberrante… mas acreditem, não é.

É mais entusiasmante que as novelas, pois tudo se passa em tempo real e na vida real!!

Por exemplo, assistindo à FoxNews podem ver os comentários dos Republicanos Americanos…pessoas que incluo num grupo de radicais, ao mesmo tempo iguais e diametralmente opostos aos radicais islâmicos. A diferença está apenas e só sobre o tipo de religião que seguem, a forma que vestem e os 6, 7 ou mais digitos a mais que têm na sua conta bancária. São pessoas cujo estereótipo é George Bush, e pessoas que, se socialmente pudessem, utilizavam facilmente a violência para obrigar os outros a aceitarem os seus argumentos...à semelhança dos radicais islâmicos.

Neste momento quase diria que a FoxNews é a 'TVI' americana, mas uma 'TVI' ainda pior. Os ataques à administração Obama e ao próprio Obama, dão vómitos a qualquer um, de tal forma que o Jon Stewart, no seu DailyShow, já tem uma rubrica apenas para demonstrar a irracionalidade de tal jornalismo da Fox.

Com outros pontos de vista temos a Aljazeera, que está, obviamente, apontada aos interesses árabes, mas, muito curiosamente, consegue ser bem mais independente que a própria Fox Norte-Americana, verificando-se frequentemente comentários pró-administração Obama…

A CNN, por seu turno, é uma cambada de pseudointelectuais que pensam dominar o mundo moderno das comunicações, e têm ligações em tudo o que é Internet 2.0, Twitter, Blogs, e por aí a fora. É um canal da classe média alta, tipicamente capitalista…

Quais as isentas então? BBC, EuroNews, Sky… mas... depois começamos a analisar e... bom, esse jornalismo é mesmo ‘sem sabor’, então a EuroNews é tipicamente uma instituição Comunitária, fria e dura, sem mais nada, o que é, é, e não há comentários depreciativos ou positivos - Jornalismo puro...

Por isso, prefiro divertir-me com algumas networks americanas que nos obrigam a pensar em argumentos, contra ou a favor, sobre o que nos apresentam e fazem transparecer... isso sim, é uma verdadeira batalha de ideias e um bom divertimento a partir das 23h00, horário nobre nos EUA.... será contudo importante não aceitarmos de uma forma leviana tudo o que os tipos nos espetam à frente, pois esse tipo de jornalismo, é um jornalismo de 'lavagem cerebral'...

Quem vê os canais de notícias norte-americanos apercebe-se rapidamente da incoerência de ideias daquela cambada que só está bem a dizer contra... mas não deixo de preferir ‘andar pelo mundo’ com esses canais, do ver as pobres notícias do nosso Portugal, tipo:

- Presidente da Junta de Freguesia mata a tiro marido da sua rival política...
Ou
- Santana Lopes passou a noite das eleições a andar de Sede de Campanha para o seu escritório, e vice-versa, no Príncipe Real, locais a curtos metros um do outro...

Conclusão: Neste fim de semana, no meio deste repetitivo e aborrecido universo de notícias politicas nacionais, quem, em Portugal, se apercebeu da enorme polémica levantada em TODO O MUNDO, pela atribuição do Nobel da Paz a Obama???... poucos, muito poucos certamente.

Se não sabem o que aconteceu, aguardem porque estou a preparar mentalmente, com a análise às diversas correntes de opinião para não emitir uma comentário subjectivo ou tendencioso, como alguém fez, e desde sexta feira, um post dedicado a essa história...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Gripe A III... consequências inesperadas...

Esta coisa da Gripe A, esta a ser uma coisa engraçada de se ver....

Para começar, está a pôr a nu a previsibilidade dos nossos comportamentos. Desde o medo, ao aproveitamento comercial desse medo.

Aqui no meu work, como imagino em muitos outros locais de trabalho, não se fez nenhum tipo de plano de contingência para o caso de irmos todos parar à cama com a temida gripe... quem dirige isto não teve ainda a percepção das consequências que pode implicar 3 ou 4 de nós ficarmos ao mesmo tempo de cama... com as evidentes consequências de todos os outros terem de ser ‘analisados’...

Ora, o lugar onde trabalho presta serviços estando por isso aberto ao público, e na altura outonal, em que nos encontramos, chega a parecer as finanças aquando da entrega do IRS... só que, ao contrário das finanças, nós aqui, (‘nós’...quem trabalha mesmo), somos uns tipos porreiros e o pessoal que cá vem gosta muito de dar uns ‘bacalhaus’, beijinhos e abraços....

É de referir que quem se dirige a esta instituição, é um tipo de personagem literalmente retirada daquele programa da RTP – A Liga dos Últimos... já estão a ver a higiene do sovaco e da matraca que estes tipos têm...às vezes nem com máscara de gás...

Após muitas insistências lá conseguimos, pelo menos, a que a instituição comprasse uns doseadores de gel de álcool (biocida a 70%), para esfregarmos bem os cotos após o contacto com as longas unhocas cheias de terra, cera e macacos, dos dedos mindinhos das personagens acima descritas.

O curioso foi o aconteceu depois.... ao verem (os superiores) que afinal aquela cena era bastante utilizada, por nós, e por quem vinha de fora, num destes dias, uma dessas pessoas que gere esta coisa, lá se lembrou da oportunidade da cena e decidiu argumentar o seguinte:

-“...humm estes doseadores não são bons, porque temos que carregar no botão...e se ele estiver infectado vamos ficar com as mãos infectadas também... o melhor são doseadores automáticos...”

... ai está um excelente argumento de marketing...

...mas...esperem lá!? Nós carregamos no botão para sair líquido que por sua vez vai lavar as mãos, inclusivamente aquela que estava em contacto com o botão... mas então...?!

Então? Bom, então e de repente, ontem, surgiu um senhor enviado pelas chefias com uns doseadores automáticos para prender na parede, cujo conteúdo, muito cheiroso aliás, dizia o homem “ser muito melhor, porque o álcool em gel queima as mãos!’ ... e aí está mais um excelente argumento de marketing ...

Não obstante, lá trouxe o senhor os doseadores numa caixa de cartão... curioso é que a caixa trazia um determinado (grande) número de máquinas e aquelas que ficaram na parede foram apenas 2 ou 3... os outros??? Diria que foram parar caridosamente, sei lá... a um local de diversão nocturna, por exemplo?...

Bom, este exemplo é apenas um entre mil que por ai acontecem de certeza...

No meio disto tudo, o que já me apercebi, também, foi que a Gripe A está a retirar a masculinidade do homem de barba rija...

Todos nós homens, com ‘H’, já reparamos que as casas de banho dos centros comerciais, e de outros lugares públicos, têm frequentemente mais lugares para fazermos a mijinha do que lugares para lavar as mãos... para cada 2 ou 3 urinóis, 1 lavatório com agua corrente, e por vezes sem sabão...

Isso acontece, como é óbvio, porque homem que é homem, não lava as mãos depois de mexer nas suas partes inferiores... macho é assim, não tem que ter higiene.

E então qual o meu espanto e tristeza ao observar que de há uns meses para cá, a espécie ‘Macho Latino’ começou a ficar em vias de extinção... desde essa altura que tenho reparado num aumento exponencial de homens a fazer fila para a lavagem das mãos depois de fazerem o seu chichi ou cóco... mas agora somos maricas, com medo duma coisa que nem se vê??

Mas em que mundo estamos nós???.... vamos ficar sem 'H'omens como o Peter Griffin e o Michael Moore???


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

OcToBEr...

Entramos em mais um mês, desta vez Outubro...

Outubro era o oitavo mês do Calendário Romano (do Latim: Octo) passando a ser o décimo no Calendário Gregoriano, que, curiosamente, é imposto pelo Papa Gregório XIII exactamente em 05 de Outubro de 1582.

Em Outubro Cristóvão Colombo chega a São Salvador das Bahamas e descobre (sem querer) as Américas.

É o mês do Outono, do início das chuvas, e este ano, como podemos verificar, essa chuva veio em força.

Também é neste mês que normalmente se muda para a hora de Inverno, em 2009, no dia 25 de Outubro, quando às 02h00 da manhã se atrasarão os relógios uma hora.

Outubro está normalmente associado à tristeza, ao fim de vida, devido exactamente ao ciclo climático.

No entanto, para mim, não deixa de ser mais um mês...

Pessoas excepcionais nasceram nestes 31 dias, como Friedrich Nietzsche, Óscar Wilde, Gandhi, John Lennon, o indivíduo número 6 biliões do Planeta Terra em 1931 e outra pessoa de importância idêntica ou maior no dia 7.

Muito mais se poderia dizer sobre este mês, como tendo sido o mês da Reunificação Alemã, o mês do Halloween que se celebra a 31 de Outubro, e o mês de fundação das Nações Unidas e da NASA...

Bom...além de tudo, neste mês passamos dos melões e melancias para as abóboras, de um ponto de vista agrícola, claro... vejamos que nos irá trazer Novembro...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

..Questões de Voto... resposta a provocação...


Este post teria obviamente de acontecer, depois da facada que o meu rico sobrinho decidiu dar nas costas do seu tio, neste comentário do seu blog. ... já não há respeito.

Por isso, se não estão em onda de longas leituras, desliguem e passem a fazer outra coisa, pois este post é exclusivo para dar porrada no miúdo, sendo por isso muito loooongoooo!!!

Para começar, meu querido sobrinho, será de referir que a utilização que fizeste de comentários e citações espaçadas e sem serem contextualizadas, carecem de qualidade de interpretação...

Não vou discutir que tipo de sistema governativo será o melhor. Até porque considero a política actual muito aborrecida.

Qualquer um de nós já comprovou e observa diariamente que o sistema democrático não funciona actualmente, ponto final.

E repito: PONTO FINAL.

E se não funciona não é porque o povo não decide...o povo decide, mas apenas decide se se deve rodar novamente as figuras que estarão no poder durante 4 anos. Já as ideologias, essas, não são escolhidas, pois deixaram de ser diferenciadas de partido para partido.

O que se anuncia em campanha é demagógico e nunca será posto em prática na sua grande maioria, pois é literalmente impossível.

A democracia resume-se a ir votar, deixando-nos com a ideia que, ao escolher a força política que queremos no governo, conseguimos alterar substancialmente a nossa vida.

ISSO JÁ NÃO É UMA VERDADE.

E só o seria se fôssemos um País isolado, senhores de si próprios, se não estivéssemos inseridos em estruturas continentais (CE) ou globais (Globalização da Economia de Mercado).

Votar é como ir ver um jogo de futebol. Se a nossa equipa ganha, ficamos contentes, se perde, tristes, e no final do dia vamos para casa e no outro dia vamos para o emprego... se tivermos sorte não somos despedidos, independentemente da equipa que ganhou no dia anterior.

Nada se altera, e nada se alterará.

As pessoas que vão para a política têm que se associar a um partido político e subir a escada nesse partido. Invariavelmente irão ser corrompidas, caso contrário não sobem.

E este é UM dos problemas do sistema democrático actual, a hierarquização política com base no poder.

Para além de ser um sistema altamente hierarquizador, que se compatibiliza totalmente com as estruturas de poder de uma sociedade reguladas que são por factores económicos, o liberalismo em que estamos imersos não permite a formulação de politicas verdadeiramente sociais que implicam na maioria dos casos a criação de regras repressivas e antieconómicas.

O MAIOR PROBLEMA do sistema democrático actual, é que está inserido numa economia de mercado global, que utiliza sistemas monetários, e pela qual são estabelecidas as regras fundamentais.

Nestes tempos de crise financeira mundial foi frequente, no seu início, ouvir diversos governantes, de outros tantos países ocidentais, afirmarem que já não seria possível cairmos em crises como a de 1929, pois os actuais mercados tinham uma capacidade inata de se auto regularem.

Muitos especialistas, pelo contrário, sabiam há muito tempo que isso não era verdade devido ao factor humano (‘ganância’). Foi o caso de Nouriel Roubini Professor de Economia da NY University, que inclusivamente foi gozado numa conferência em 2006, quando descreveu de uma forma premonitória os acontecimentos que nos anos seguintes ocorreram. (NY Times)

Acontece que esses especialistas nunca foram tidos em conta num mundo onde o crescimento económico e o aparecimento de grandes fortunas individuais eram um facto. Nouriel Roubini era um economista com grandes créditos académicos, mas pouco conhecido. De repente, tornou-se um supra-sumo da economia e é reconhecido por todos os sectores financeiros e económicos.

Será sempre necessária uma catástrofe para se mudarem atitudes.

A verdade é que se as pessoas se desmarcaram de intervir com o seu direito de voto, foi, em parte, porque os governos se desmarcaram de intervir na economia não criando as regulações necessárias e deixando o ‘monstro’ à solta. E apesar de no início desta profunda crise económica e financeira, todos os governos, em uníssono, terem afirmado que essas regulamentações seriam obrigatórias daqui para a frente, a realidade é que as coisas estão a caminhar para a normalidade habitual...até à próxima crise.

Portanto:

Não se trata de pessoas, trata-se de atitudes sociais e dos obstáculos económicos, que todos reconhecem ser um problema, mas poucos decidem trabalhar para o resolver determinantemente.

Venham os Governos de maioria que vierem, os de minoria e as coligações que forem precisas, mas não haverá solução para o problema neste momento, porque, sublinho, porque, ainda não é um problema catastrófico que atinge toda a sociedade, nomeadamente a sociedade de topo.

Vivemos numa sociedade econocrata, assente numa sistema de preços que funciona com base na escassez. É a escassez de alimentos, de conforto, de luxo, que promove o trabalho.

A filosofia milenar do sistema de preços teoriza que o trabalho intenso deveria ser pago intensamente também, podendo-se então, através dos ganhos obtidos com esse trabalho, adquirir-se os serviços, bens, e produtos mais escassos e por isso mais caros – lei básica da oferta e da procura.

Mas isso é a teoria.

A verdade é que a escassez de bens e produtos é uma artificialidade da economia e do sistema de preços. Se não houver escassez de um determinado produto, não existe um preço associado que garanta lucros à empresa que produz esse produto. (pouca oferta= preços mais altos)

Um dos exemplos mais marcantes actualmente é o do software informático. Ao lançar-se um software, o preço de produção desse produto reside única e simplesmente no trabalho inicial. As cópias subsequentes não constituem um dispêndio de recursos adicionais que sejam mensuráveis economicamente. No entanto, criaram-se regras para que isso não aconteça, como é o caso dos direitos de autor, e das patentes, que agora até já abranjem a descoberta de genes...vejam só.

Outro exemplo é o da indústria automóvel. Com o crescimento económico e a necessidade de um cashflow cada vez maior, as gamas automóveis passaram de 8 anos de vida útil para os 2 anos até ao surgimento de uma nova gama. Isso ocorre porque a produção de um mesmo veículo e respectivas peças não cria lucros suficientes a partir do momento em que começem a existir no mercado muitas peças e veículos iguais, mesmo em 2ª mão, já que estes fazem descer os preços pela concorrência inerente ao facto de não haver escassez de produto. Ao criar-se um novo carro ir-se-á obter lucros ‘frescos’ com a produção de engenharia e design de novos componentes, não só na marca, mas em todas as empresas associadas à produção de um automóvel.

Poder-se-á pensar que isso é positivo, mas na verdade não é. Além do desperdício energético e ambiental associado, as empresas especializadas na fabricação do automóvel anterior irão desaparecer perante a concorrência de novas empresas mais especializadas no novo veiculo, que, por sua vez, terão o mesmo destino no final da gama. Exemplo: AutoEuropa. Por pouco não fechou quando a produção dos monovolumes terminou. O ESTADO interveio e resolveu-se a situação por mais um período de tempo de uma gama.

E isto aplica-se a todos os produtos actuais, cuja duração de produção útil é muito curta (99% deles...pensem num que dure mais do que 2 anos...encontram? Talvez só os Navios e os Aviões de Guerra...ah, esperem os Space Shutles também...)

Na realidade este tipo de crescimento económico baseado no sistema de preços que, por si, é baseado na premissa que o homem é ganancioso por natureza, mas que na verdade potencia essa mesma ganância entrando-se em círculo vicioso, arrasta o sistema social de qualquer País, desde o seu indivíduo às mais complexas organizações governamentais, para uma necessidade cada vez maior de maiores somas de dinheiro para funcionarem, mas com a capacidade de gerar empregos suficientes, e respectivos impostos conseguidos através desses postos de trabalho, seriamente diminuída.

Com a implementação da escassez artificial, ocorrem os fenómenos negativos que todos reconhecem mas poucos sabem a sua origem real: - O desemprego por fecho das unidades de produção, o desperdício energético e ambiental pela política do usar, deitar fora e comprar novo, a redução da população por impossibilidades financeiras de criar filhos (ocidente), a pobreza de muitos em detrimento de poucos (países de 2º e 3º mundo em particular, e mesmo nos países ocidentais em menor escala mas sempre a crescer), entre outros problemas sociais actuais.

Existem grupos de trabalho que já verificaram que o planeta e a população humana possuem recursos suficientes, mesmo actualmente, para que todos possam viver confortavelmente sem desperdícios energéticos e com eficiência ambiental. O único problema é livrarmo-nos da economia baseada num sistema de preços que nos acompanha desde a aurora da civilização... é algo mesmo muito arcaico!

Como podem verificar, é um sistema político/económico/social que garantidamente já não faz sentido... é um beco sem saída social, que promove conflitos, pobreza em mais de 2/3 da população humana e, acima de tudo, é redutora do Ser Humano.

E não o afirmo porque me apetece, afirmo-o porque olho à nossa volta. Basta colocar-nos numa perspectiva de observadores para verificarmos as taxas sempre altas de desemprego, independentemente da época de crise ou não, as Seguranças Sociais em falências técnicas, os défices elevados devido a orçamentos de estado cada vez mais sorvedores de dinheiro (por muito que se reduzam os custos), que obrigam os Governos a terem os seus Países constantemente com o cinto apertado, e por ultimo, a necessidade de criar ‘dinheiro virtual’ com a especulação e os investimentos de risco, que acabaram por levar a uma crise económica/financeira de nível mundial.

Mas para que fique bem claro:

Nada disto que estou a relatar é novo. Em 1918 surgiu uma teoria social para uma sociedade baseada em trocas termodinâmicas (leram bem: baseada na 2ª lei da termodinâmica e não em trocas monetárias!), elaborada por engenheiros que se depararam com a ineficiência dos trabalhadores que os obrigava a constantes ajustamentos e metodologias de trabalho. Essa nova ideologia social ganhou forma, e um grande número de apoiantes na classe científica, posteriormente nos anos 30 do século XX, devido em grande parte à crise financeira de 29.

Chama-se Tecnocracia.

Na sua forma pura é uma utopia futurista, dificil de concretizar, e talvez por isso utilizada frequentemente em sociedades de obras de ficção científica de autores como H.G.Wells e Gene Roddenberry’s (Star Trek).

Mas na sua forma democrática mais realista e adaptável ao mundo humano, é sem dúvida uma opção a considerar ao sistema social actual, e a meu ver, muito melhor e mais eficiente.

Acredito também piamente que um qualquer sistema de governação, deverá sempre passar em primeiro lugar pela vontade do povo e a Tecnocracia permite a democracia sem partidos políticos e sem individuos com interesses pessoais e de grupo.

Neste momento, estamos num esquema econocrático em que as estruturas de governação são limitadas pelas características económicas da sociedade. Não faz grande diferença o partido em que se vota e por conseguinte, não faz grande diferença sequer uma deslocação a uma urna de voto.

Mas mesmo assim, continuamos a ouvir as diferentes classes politicas a orar sobre as suas ideológicas e promessas, sabendo-se logo à partida que tudo é demagogia apenas e só, e que nada podem fazer perante a estrutura existente.

E no momento em que alguém decide contrariar o estado das coisas, (Obama) é impedido pelo grupo, pela impossibilidade económica, chamado de ingénuo ou de tirano se utilizar a força para implementar regras bem definidas.

E esse é o grande problema dos sistemas democráticos actuais.

O povo já compreendeu a inutilidade básica que é votar, por isso já nem se preocupa.

Criou-se um sistema apático, inerte, onde o que é importante é a procura a todo o custo do protagonismo e do bem-estar individual nem que seja em detrimento do nosso semelhante, muitas vezes amigo ou mesmo familiar, e eliminatório do Hedonismo.