quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Amor desinteressado...


Já lá dizia o ditado:

De pequenino se torce o pepino...

E, parafraseando o ditado, a minha miúda mandou-me há dias um e-mail que o resume totalmente.

Ela é professora e como qualquer recente professor (note-se que disse “recente”) nem sempre a sua profissão lhe trás tristezas, depressões, falta de auto-estima e outras tantas frustrações... por vezes, acontecem coisas que lhes fazem lembrar como é giro acompanhar o crescimento dos nossos miúdos...

Este e-mail circula pelas caixas de correio electrónico como tantos outros... não sei se será correcto divulgar estas coisas, mas, no fundo, não passam de exemplos do que é ser criança.

Ora bem, este ‘bilhete’ foi apanhado e por ser tão peculiar começou a circular ... reparem como este anjinho de menina é tão sincera, uma criança sem as impurezas dos adultos corrompidos pelo dinheiro...

... agora, sinceramente... mas afinal quem está a educar desta maneira estes monstrinhos, que só dão erros ortográficos? ... (ironia)

Convicções à parte....

Cada vez mais penso que a sociedade em que vivemos é uma grande agremiação de normas e comportamentos que muitas vezes pouco ou nada têm a ver com o interesse do indivíduo que a constitui....

E hoje vou dar um exemplo de como existem actividades que para nada servem a não ser para perder tempo e promover a ideia que se está a fazer alguma coisa.

Falo do CPM.

Não, não é ZPM, não se trata do zero point module, da série Stargate Atlantis... antes fosse e tínhamos resolvido o problema energético mundial...

Trata-se do Curso de Preparação para o Matrimónio, que a Igreja Católica impõe a quem se casa por essa via religiosa.

Até aqui tudo bem, se vamos casar pela igreja deveremos cumprir as suas regras...

O problema está na essência do Curso...

A ideia seria preparar os casais para uma vida em comum, exemplificando situações e ajudando-os a reflectir nas necessidades, deveres e responsabilidades futuras. Sim, a ideia seria boa... se fosse assim tão linear.

A realidade é um pouco diferente. Neste suposto curso acabamos por expôr a nossa intimidade e a do outro, pois são-nos pedidas opiniões e exemplos próprios para contrapor uns com os outros e demonstrar se estão ou não de acordo com as convicções católicas que o curso promove...

Esta é, obviamente, a minha opinião sobre os conteúdos do Curso, que poderá ser facilmente refutada por qualquer pessoa... católica... não fossem todos os temas religiosos sujeitos a inúmeras interpretações...

Bom, interpretações à parte e para perceberem o que eu quero dizer, exemplifico-vos com a primeira intervenção que tivemos no dito Curso, a apresentação dos casais:

- Dia 1: Deveriamos apresentar ao grupo o(a) nosso(a) companheiro(a)... grupo que é, no meu caso, apenas umas trinta pessoas, entre casais, padre e ‘formadores’...

Só que nessa apresentação, não basta referir os dados demográficos – nome, idade, profissão - ... não, para igreja não chega. Eles querem que exponhamos o nosso companheiro, divulgando quais as suas virtudes e defeitos, perante todos.... a ideia é mesmo expôr abertamente quais os defeitos e virtudes do(a) namorada(o), justificando-se o procedimento, com a necessidade de reconhecer o que somos...

Já perceberam quais as eventuais consequências disso....

E todo o curso acaba por se basear em conceitos idênticos, como se a vida íntima das pessoas fosse um problema para ser discutido em grupo, pelo menos, antes dos problemas surgirem...
Aliás, esta formação parece-me mais um curso de aconselhamento matrimonial pós casamento, e pós problemas, do que o que realmente pretende ser.... sinto-me verdadeiramente como num grupo dos AA...

A bom da verdade, parece-me que este tipo de acções servem apenas para ‘denunciar’, perante a comunidade, quais os novos casais do ano, qual a personalidade de cada um e a forma de estarem um com o outro, e quais os problemas existentes no seu seio... como será óbvio, e ao contrário de grupos de ajuda profissionais, as coisas que se dizem neste tipo de cursos acabam por ser totalmente conhecidas no seio da comunidade.

Aproveita-se este tipo de actividades para depois se poderem comentar à mesa dos cafés e das famílias que este ou esta vai casar com aquele ou aquela, com frases deste tipo: “que par giro” , “como é possivel?!”, “é por interesse”... etc.

No meu trabalho, e legalmente, existem conceitos de privacidade que não passam pelos conceitos da religião cristã garantidamente, e parece-me, nesse aspecto, que este curso poderá ser mais prejudicial do que benéfico para quem a ele é obrigado a assistir.

E digo-o convicto que muitos dos casais que se expuseram, da maneira que referi no primeiro dia, tiveram algo para discutir assim que a sessão terminou e ficaram sozinhos... é que quase todos os indivíduos começaram por denunciar os defeitos do outro... curiosamente.

Bom, como já disse anteriormente, exponho-me a este tipo de actividades, por ela... alguém cujos defeitos são tão insignificantes perante a pessoa que é, que nem os consigo apontar.

Quanto à minha atitude nessa actividade, é meramente observadora, expressando-me o mais subjectivamente possível quer em relação a ela, a mim ou à nossa situação...

São este tipo intromissões da instituição religiosa, que pouco ou nada têm a ver com o apoio, neste caso, ao casal, que promovem o afastamento das pessoas dessa mesma instituição.

A Igreja está gasta porque não se actualiza. Quem se casa actualmente é cada vez mais um adulto amadurecido, com personalidade e convicções bem formadas, e que não se coaduna com actividades um pouco... diria... ‘imaturas’... a meu ver claro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

NEAVE.COM

A Internet é realmente uma amálgama de pensamentos e ideias... entre meia e dúzia de coisas boas, aparecem milhares de coisas que não valem um chavo, outras completamente chanfradas e outras há que nem sei muito bem como enquadra-las...

... e esse é o caso deste website que encontrei por acaso, mas que me divertiu um pouco e me distraiu da monotonia da rotina diária, fazendo-me lembrar os fins de semana fechado na Base Aérea onde um dos nossos divertimentos era rir com ajuda de algumas coisas mais ‘ácidas’... pertence a Paul Neave, designer interactivo e um verdadeiro Mestre no uso de Flash...

Cliquem onde diz ‘Neave Strobe’ em letras grandes, olhem durante 30 segundos directamente para o centro da imagem (do efeito) e depois olhem para outro lado qualquer, por exemplo, a vossa mão... ‘ácido’ não??

Ah! é verdade... e isto é sério: se tiverem epilepsia não vejam o efeito.



Aconselho para já também o item 'fractal' no menu ... para quem leu o meu post sobre o assunto vai ser giro 'brincar' com esse efeito.

Explorem este website e divirtam-se um pouco...

www.neave.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Resposta a comentário...

Este post é uma resposta ao comentário deixado no meu anterior post.

Sr. João Branco:

Agradeço o seu comentário, e consequentemente os desejos para que tudo corra bem com este meu ano.

No entanto, não posso deixar de marcar aqui uma posição, com todo o respeito por si e por todas as restantes pessoas que possam ler o meu blog... blogs que aliás servem na sua essência para isto mesmo: a discussão saudável de ideias.

Concordo consigo quando diz que hoje em dia, neste mundo novo que é a internet, todos nós podemos dizer o que quisermos, e o que nos vai pela cabeça, sem nos preocuparmos muito com as consequências disso. Será a verdadeira liberdade de expressão? Talvez...

Mas diga-me: não é incrível conseguirmos ter acesso aos pensamentos de tanta gente?...
A liberdade que lhes foi conferida pelos blogs ou por qualquer rede social virtual, permitiu criar um imenso mosaico de ideias, que, por si, determinam, na sua intersecção, o pensamento de um ou outro grupo, de uma ou outra sociedade...

Através da leitura dos inúmeros blogs podemos observar a orientação do pensamento de um grupo e mesmo de uma sociedade...

Infelizmente, e não só para si, muitas vezes não será muito aprazível o que se lê. Talvez seja por isso que não me admiro muito com o mundo em que vivemos, com todas as suas vicissitudes que, repito, para mim, me entristecem um pouco pela futilidade das mesmas...

Poderia até pensar que as críticas que se lêem sobre as instituições sociais, como é o casamento, ferem as convicções de muitos, e que a nossa liberdade acaba onde o respeito pelo próximo começa. Sim, seria verdade se quem absorve os nossos pensamentos não tivesse a faculdade e a liberdade de não o fazer.

Quem lê os blogs, lê porque quer, não por ser obrigado. Se muitas vezes nos magoa ler algumas coisas?... Sem dúvida, mas a verdade é que podemos fechar os olhos ao pensamento dos outros e refugiarmo-nos no nosso próprio mundo, ou então ler o que os outros nos têm para dizer e retirarmos as elações necessárias para podermos contribuir para que essas pessoas tenham a oportunidade de reflectir melhor sobre a sua visão do mundo.

Gostaria ainda de reforçar uma ideia que me parece ter sido mal compreendida:

Eu critiquei, e continuarei sempre a criticar a Igreja Católica, as instituições como o casamento e outras como tal, que, a meu ver, e sublinho, apenas têm uma componente social, onde a fé, o amor ou outro qualquer tipo de sentimento pessoal e altruísta não têm lugar.

Crítico a Igreja Católica, não a Fé Católica, critico a instituição, não o sentimento individual... da mesma forma que critico a necessidade do ‘contrato’ entre duas pessoas que é o casamento instituído (religioso ou civil), que hoje tem a sua vertente máxima, na retórica dos homosexuais sobre a igualdade de direitos que esse casamento lhes confere... darei a minha opinião futuramente sobre isso. Não desrespeito quem tem valores edificados nessas instituições, como é o caso da minha namorada, mas não deixo de criticar as mesmas pela falta de respeito pelo indivíduo que as constitui.

O meu post refere-se ao sentimento, e não à cedência a essa instituição que é o casamento. Se me vou casar pela Igreja, é porque o sentimento que nutro pela minha namorada é superior a qualquer tipo de convicção que possa ter contra o casamento. Casar pela Igreja é secundário.
Para mim bastava demonstra-lo como o faço agora, com palavras ditas todos os meses...

Mas se socialmente é importante a aplicação dessa instituição, eu respeito, e avanço para isso colocando de parte qualquer tipo de convicção, uma vez que o sentimento por ela é superior...

Não sei se percebe. Eu não mudei de ideias, ainda nada houve que me o fizesse mudar. O que aconteceu é que surgiu um sentimento superior às minhas convicções, de tal forma que as vou colocar num plano secundário. Elas não foram alteradas, estão lá e manter-se-ão até que alguém me prove o contrário. E isso ainda não aconteceu.

Mas quanto às criticas que possa ter sobre a Igreja Católica, leia um dos meus próximos posts pois irei dissertar em breve sobre algo que têm haver com tudo isto.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Get...married..

Hello a todos!!!

Após uma ausência de milhares de anos, volto para desejar a todos um ano de 2010 excelente com tudo do melhor.

Esta ausência deveu-se a inúmeros factores, trabalho, falta de tempo, falta de paciência para escrever seja o que for, e, essencialmente, devido a pensamentos orientados noutro sentido...

Passo a explicar:

Este ano será, garantidamente para mim, talvez um daqueles anos fabulosos, que qualquer um recorda para o resto da vida..., isto claro, se tudo correr como planeado, e sem grandes percalços.

Pois é.

Um dos factores que me tem arredado desta coisa de escrever no blog, tem sido exactamente a preparação do evento que irá decorrer no último fim de semana de Maio, e no qual eu vou ser co-actor protagonista... imaginam o que será?... sim, por incrível que pareça, é mesmo, aqui o rapaz de pensamento independente e pouco dado a culturas sociais de mainstream vai decididamente ‘dar o nó’ com a pessoa mais... [sem palavras]... que conheci até hoje... ela é simplesmente... bom... não tenho mesmo palavras, e quem a conhece pode testemunhar o que afirmo aqui.

...a única forma que encontro para a descrever resume-se a definição de Elio Carletti, pintor impressionista Italiano, que disserta mais ou menos o seguinte sobre a beleza das coisas:

- a beleza (neste caso, a dela) é a soma de todas as suas partes, sem que seja necessário alterar, adicionar ou retirar seja o que for... e ela é mesmo assim, acreditem.

Confesso que sempre achei o ‘casamento’ algo de inútil, desnecessário e simplesmente fora do contexto social actual... até a própria palavra, já me causava um certo mau estar...

Na verdade, nunca tinha percebido qual o verdadeiro sentido de tal evento, que era, para mim, mais um daqueles eventos sociais ao nível da 1ª Comunhão ou mais tarde do Funeral... ou seja, serviam para coisa nenhuma a não ser para criar um pretexto para juntar pessoas que por vezes não se vêem nem se falam durante anos, e, quase sempre, para almoçaradas ou jantaradas...

Bom, mas se fosse apenas por isso, não me importaria muito com tal coisa... a realidade é que sempre associei o casamento a um certo mercantilismo Humano... é um contrato, como se fosse possível contratar um sentimento para toda a vida... era-me mesmo muito estranho.

Em todo o caso, agora compreendo que existem uma serie de factores que subtraem quaisquer dúvidas e convicções que pudesse ter acerca disto.

E o factor principal é sem dúvida perceber que existe uma pessoa cuja personalidade é verdadeiramente apaixonante... e acima de tudo sentir que a conheço há milhões de anos... mesmo desde o período Pré-Câmbrico... quando éramos os dois umas amebas... ok... estou a extrapolar para uma analogia marada, mas o sentimento associado é mesmo muito idêntico a essa ideia.

Ou seja, avanço para isto de ‘peito feito’ sem receios, ultrapassando todos os orgulhos e convicções que tinha (nomeadamente, anti- religiosos), porque nada ultrapassa o sentimento que nutro por ela...

...e este evento irá servir para o demonstrar tanto a ela, como a todos aqueles que o possam colocar em dúvida... e para mim o casamento é isso, seja ele numa praia deserta, no gabinete do registo civil, na igreja, ou fazendo-o com algumas palavras ditas num passeio a pé, num jantar a dois, ou em qualquer outro sitio e tempo... é a assunção definitiva do sentimento envolvido, cuja força ultrapassa qualquer obstáculo que se interponha entre os dois.