terça-feira, 14 de dezembro de 2010
TERATRON - "As Cobaias"
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
A HISTÓRIA DE TIAGO CAPITÃO...
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
TER FILHOS...
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Revive...
Numa onda revivalista hoje, em dia de chuva intensa, apetece-me fazer um pequeno refresh de memoria e retornar uns meses atrás para relembrar uma pequena ‘grande’ viagem…
Isto vai servir ainda para criar uma certa invejazinha a um gajo que anda lá por Cambridge e que diz que consegue altas viagens por 1 euro… pois bem… vê lá se consegues passear por 4 países em 10 dias enquanto desfrutas de um hotel flutuante que é mais uma cidade flutuante do que outra coisa… deixo umas imagens, cuja qualidade não é a melhor uma vez que foi uma montagem muito rápida, mas que serve para deixar água na boca a quem estiver a pensar fazer um cruise…
...pois façam-no, se tiverem a oportunidade não a deixem escapar…
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Black Hole
sábado, 23 de outubro de 2010
Nostalgias... e já lá vão 25 anos...
Outras maluqueiras aconteceram nessas férias de má e boa memória, que não vou estar para aqui a contar para não me enterrar… mas, um das cenas giras foi a pergunta que uma miúda espanhola nos colocou:
- ‘porque razão as mulheres portuguesas têm bigode?’…!?...!?...
...sem resposta possível, disfarçadamente pegamos nas nossas toalhas de praia e pé entre pé tentamos sair de rasteirinho…
Mas qual a razão desta história nostálgica toda? Acontece que o Paulo encontrou uma das fotografias mais emblemáticas daqueles tempos. Uma foto que foi tirada a cores (apesar desta cópia ser a PB) numa altura em que não haviam telemóveis com câmaras ou máquinas fotográficas digitais, e, como tal, perdeu-se no meio de tantos outros documentos de papel, tendo ido, quem sabe, parar ao lixo…
Esta fotografia é a da nossa primeira equipa de basket, época 1985/86 tínhamos nós 14/15 aninhos… o Paulo estava com um problema de ombros, e eu tinha acabado de levar um sopapo que fiquei com o queixo de banda… ok… que desculpas mais esfarrapadas para as palermices de putos…
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Strange person case study … and… if Goldilocks are not ‘goldi’ but black?
This is my first English text on this Blog… that’s why I start to ask a little patience to all of you...
Two questions may be ask:
Why I’m writing in English?... and,
What is the reason of this weird title?
The first question has a simple answer and, at the same time, a complex code… I write in English to diminish the impulse of write too much… and, on the other hand, the English write has a significant trace of a code… just to be understand for who wants to understand...
The second question has a more incomprehensive answer… let’s see…
Well, with a little help I find that there’s person’s with an incredible capacity to make deductions from little things… most of the times these deductions are completely wrong, and they’re made basically from the idea that the world they live is an image of their thoughts and desires…
I found more people with this personality than is desirable on these times…
Sorrowfully, some of that people are my acquaintances and they made some of these deductions from little things I say or I done… I must tell them they need to have a more linear thinking, and always remember the Occam’s Razor Principle… these people are truly a case study…
Luckily I’ve a ‘Goldilocks’ in my life that bounces on my mind and around me many times to remind me I do not live in a totally rational world… thank's blacklocks :)
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Marketing "Verde"... atirem-nos mais areia para os olhos P.F....
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Livre-Arbítrio…
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Inception Cat...
...quem conhece os gatos sabe bem como this guys have some freaky stuff...
... ponham o som bem alto, porque só tem piada com som...
... e depois de explorar um pouco o youtube sobre este video, que têm já mais de 2 milhões de acessos, descobri o que deu origem a este 'movimento' de produções de home videos sobre Inception Cats... chama-se Bret e é um actor do caraças...
...reparem como estes bichos também podem ser meio assustadores...
...nenhum filme pode ser bom sem uma trilogia... mas como os restantes filmes sobre Inception Cats são aborrecidos, prefiro deixar-vos com os benefícios de se ser um actor como Bret... divirtam-se...
NOTA: - nenhuma animal foi ferido ou mal tratado de alguma forma para a realização destes filmes... aliás, bem pelo contrário, há animais com sorte!!...
...e não foram usados nenhuns efeitos de video, apenas de sonoplastia (som).
...e seeeee...??
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Inception - Deception | A Origem e O Fim
Ok… esta é direccionada ao JN.
Não poderia ir 15 dias de férias sem dissertar sobre um filme que quase tem nota máxima no IMDB.
Pois bem, depois de muitas opiniões super positivas e de uma quase histeria colectiva sobre a possibilidade de estarmos perante uma das maiores obras primas mentais alguma vez realizadas em filme, decidi finalmente ir até uma sala de cinema para o ver atentamente…
As minhas expectativas encontravam-se altas, como seria de esperar perante tanta informação positiva…mas à medida que a acção se ia desenrolando comecei a ficar algo desapontado.
Esperem, claro que o filme é giro e fez pensar a audiência… bem, a maioria de audiência… mas daí a ser um quebra-cabeças psicológico… convenhamos, e muito menos a ter que o ver duas vezes para o entender.
Ao contrário da pontuação dada pelos fãs (cerca de 1500) de 9,1 deixando-o no 3 lugar dos melhores filmes até hoje, daria-lhe apenas um 7, talvez pelos efeitos giros…
E digo-o porquê: - Porque já vi filmes com argumentos incrivelmente mais estranhos e marados… inclusivamente um do próprio Nolan – ‘Memento’.
Pois é meus caros, este filme apenas está, para mim, ao nível de um ‘Matrix’, perfeitamente entendível e apenas 'divertido' mas, mais uma vez, para mim, previsível à medida que se desenrolava… aliás, a menos do meio do filme já tinha percebido que no final se iria deixar a questão no ar se todo aquele enredo não seria no fundo um sonho da própria personagem principal, cujo ‘totem’ no final estava vai não vai… se caísse era tudo real, se não caísse era um sonho.
A historia é revisitada, sendo por isso pouco original... aliás, até a Disney já a tinha abordado quase exactamente da mesma maneira... vejam a imagem acima... (cliquem para ver melhor)
O filme é bom [(-) menos], não ‘muito bom’ ou ‘excelente’ e, longe de vir a ser de ‘culto’…
Os filmes de ‘culto’ não são percepcionados como excelentes pelas massas, como este aparentemente está ser.
Normalmente apenas uma pequena parte da população cinéfila é que consegue perceber esse espírito de ‘culto’ que certos filmes possuem.
É exactamente pelo facto de não serem ‘entendíveis’ pelas massas que os promove a ‘culto’.
‘Memento’ é de loucos. Posso-vos dizer: Ainda hoje quando vejo este filme sinto-me perdido a meio da história, mesmo depois de o ter visto 3 ou 4 vezes...
‘Event Horizon’ é um outro filme, infelizmente ‘cotado’ no IMDB com 6,3 em 10, que é apenas um dos melhores filmes de Ficção Cientifica que alguma vez vi. As falhas técnicas são quase inexistentes e aborda questões polémicas do dualismo fé/ciência, um pouco à semelhança do que a física quântica, a que fiz referencia nos últimos posts, o faz.
‘Naked Lunch’, de Cronenberg em 1991, é absolutamente divinal e utiliza, neste caso, as alucinações de venenos para insectos para criar uma realidade mamada à personagem principal…
‘Dark City’ deixa-nos a pensar desde o primeiro momento até ao final do filme com a possibilidade de vivermos num mundo criado. Será talvez o primeiro deste género de filmes de ficção cientifica tipo Matrix, de realidades sobrepostas. (há quem diga que ‘Matrix’ é apenas um plágio de ‘Dark City’, e eu sou talvez uma dessas pessoas).
Acho que até mesmo ‘The Butterfly Effect’ é melhor que ‘Inception’…
Enfim, existem uma miríade de filmes que são absolutamente fantásticos e que fazem a nossa carola pensar mesmo depois de abandonar a sala de cinema. ‘Inception’ não é um desses filmes, pelo menos para mim.
E não é somente pelo facto de ser um filme previsível, mas porque existe uma daquelas falhas técnicas que ‘abate’ todo o argumento.
Normalmente em ficção científica é possível criar uma espécie de ‘constante cosmológica’ para tapar os buracos de forma a explicar algumas questões técnicas, como viajar no tempo. Sei lá, poder-se-ia explicar que existe uma partícula sub-atómica qualquer que se deslocava no tempo e a partir dai se criou uma máquina…qualquer coisa deste género.
Mas em ‘Inception’, Nolan utiliza na interligação dos sonhos uma constante física que é fundamental em alguns casos mas que em outros é totalmente ignorada – a Gravidade.
No sonho de primeira camada, quando a carrinha está a cair da ponte, os actores entram em gravidade zero o que se vai repercutir no sonho de segunda camada ficando todos em gravidade zero, mas essa repercussão fica por ai e não é verificada no sonho da terceira camada, que logicamente deveria ser afectada sucessivamente, e por ai em diante nas restantes camadas... Nolan não se dá ao trabalho de criar uma 'constante cosmológica' para explicar essa falha...
Ainda com a gravidade, a forma utilizada para ‘acordar’ os intervenientes é através de um choque provocado, por exemplo, por uma queda… ora, quando a carrinha, no sonho de primeira camada, entra em capotamento, os choques gravitacionais aplicados aos corpos das personagens visíveis nas imagens não surtem qualquer efeito no acordar destas no avião
O efeito físico da gravidade é utilizado para satisfazer o argumento e, ao mesmo tempo, anulado para essa mesma satisfação… uma falha técnica que coloca por terra todo esse argumento.
Um filme mediano, talvez um pouco melhor, mas que não me convence, ao contrário de ‘Memento’ do mesmo Nolan…
E agora vou em férias tranquilo durante 15 diazinhos...para quem fica, bem, para quem fica, aconselho a irem ver o 'Eclipse' da saga 'Twiligth'... é mais giro e divertido, sem apregoar à partida que dá muito que pensar e depois não dá coisa nenhuma... confesso que já vi os outros dois e fiquei um pouco viciado à semelhança do que me aconteceu com aquela serie manga da SIC Radical - 'Dragon Ball'... ;)
sábado, 14 de agosto de 2010
O Gato de Schrödinger e a Interpretação dos Mundos Múltiplos de Everett
Depois de uns posts sobre os fundamentos da mecânica quântica eis que chego a um dos seus clássicos exemplos.
Garanto-vos uma coisa: Vou tentar ser o mais sucinto possível… “ah, pois, este diz sempre isto e depois sai um testamento do tamanho mundo!!”… devem pensar…
Pois bem, acontece que começo a perder o interesse neste tema, e, como tal, deixei de ter paxorra de estar para aqui a escrever sobre “coisas quânticas” e afins…
…eu sou assim, como um albatroz que percorre os mares do sul durante milhares de quilómetros, tangendo aqui e ali um oceano de conhecimentos… não gosto de pousar, nem de estar muito tempo num único local…posso lá voltar mais tarde, mas fico por pouco tempo, o suficiente para que na minha mente se construa uma imagem suficientemente esclarecedora do tema, criando-se assim, tema a tema, uma perspectiva geral de um ‘todo’ que me permita não me ‘perder’ neste oceano que é a vida…
Talvez por isso nunca tenha conseguido concentrar-me numa especialização, mas talvez por isso mesmo me sinta neste momento capaz de perceber ‘as coisas’ de uma forma muito mais esclarecedora e equilibrada a meu ver… não quantifico, qualifico, que é algo que está em extinção na nossa sociedade,
O engraçado disto é que estou exactamente a falar de um tema, a mecânica quântica, que, curiosamente, numa primeira abordagem deveria quantificar (quântum) as coisas minúsculas, mas que chegou a um nível que a obriga a qualificar a perspectiva do Universo… mais um paradoxo para a caixa…
Bom, divagações à parte, devo, a quem quer que tenha lido com afinco os meus últimos posts, a última parte do inicio do que é hoje a mecânica quântica.
É estranha a expressão, mas na realidade o que vos conto sobre esta ciência é apenas um resumo muito sucinto das ideias com que os investigadores se depararam entre os anos de 1900 e 1950… Max Planck, Bohr, Einstein, Schrödinger, Everett, Heisenberg e muitos outros delinearam as bases de estudo de algo que é incrivelmente não intuitivo e logo de difícil compreensão… mas… tentem apenas qualificar as paradoxalidades que esta física nos apresenta…
E foi isso que Schrödinger fez.
Perante a ideologia da Escola de Copenhaga, que, tal como já vimos, enuncia aqueles dois Princípios rígidos – Complentaridade e Correspondência – de forma a colocar ‘atrás das grades’ do empirismo clássico esta nova ciência do paradoxo, Schrödinger imagina uma experiência mental que vem abrir as portas, com as próprias chaves do carcereiro, à imaginação e à probabilidade de existência de universos de múltiplas realidades. É o Schrödinger’s Cat que quase toda a gente ouviu falar.
A experiência acontece da discussão da sobreposição quântica que, como vimos antes, determina que uma partícula pode ter e estar simultaneamente em vários lugares e vários estados até que uma observação seja realizada e a Função de Onda colapse.
A experiencia consiste em imaginar um gato dentro de uma caixa hermeticamente fechada, com um dispositivo, protegido da interferência do gato, que através do decaimento de um átomo radioactivo leve um martelo a fracturar um frasco com gás venenoso e eventualmente mate o gato.
Acontece então o seguinte:
Como não se pode prever o decaimento do material radioativo, - pode ou não acontecer num determinado prazo - o gato, aos ‘nossos olhos’ porque não o vemos na realidade, encontra-se simultaneamente morto e vivo e poderá realmente estar nesses dois estados (e em muitos outros, tipo com queda de pelo ou cego, etc, etc).
Steven Weinberg, perante esta situação, refere que o difícil na interpretação da mecânica quântica é perceber que esta ciência combina uma interpretação probabilística com uma dinâmica determinística, e é ai que reside o busílis da sua compreensão já que estamos intuitivamente preparados apenas para compreender as coisas por observações empíricas, com os sentidos…
Então, em 1957 Hugh Everett disserta pela primeira vez sobre a possibilidade de uma Interpretação de Mundos Múltiplos. Essa interpretação determina que o observador não tem um papel especial no processo quântico.
Ou seja, o observador faz parte apenas de uma realidade por ele observada num determinado momento e espaço que, antes da abertura da caixa, é apenas uma realidade onde existe uma caixa fechada com algo lá dentro. No entanto, assim que a abre, entrelaça-se, com a realidade existente nesse momento dentro da caixa, desligando-se assim de todas as restantes realidades possíveis, que iriam surgir em momentos diferentes.
Ao observarmos entrelaçamo-nos com a realidade observada começando assim, nessa altura, a fazer parte dessa realidade, não sendo nós quem determina o rumo da realidade anteriormente existente.Simplesmente ‘caímos’ ou ‘saltamos’ para essa realidade…
Ao acontecer isso entramos em descoerência com as restantes realidades, que, segundo Everett e posteriormente Bryce DeWitt, continuam a existir em sobreposições infinitas, cada uma das quais com observadores entrelaçados com essas mesmas realidades…
Eu sei, é muito estranho, mas essa ideia, que Everett lançou na sua tese, foi evoluindo um pouco às escondidas desde essa altura, e nos últimos vinte anos começou a ser altamente considerada para explicar algumas das paradoxalidades que também foram surgindo.
Hoje em dia, apesar da Interpretação de Copenhaga ser ainda seguida por um grande número de físicos, as várias teorias que possibilitam universos múltiplos explicam e tapam muitos dos buracos dos problemas cada vez mais complexos da quântica.
Aliás, a ideia de universos múltiplos já é grandemente considerada e estudada com sendo uma verdadeira possibilidade.
Para terminar deixo uma pequena divagação... como se devem ter apercebido, as probabilidades de 'saltarem' para uma realidade ou outra, para um mundo ou outro, dependem das variáveis Espaço-Tempo... ora, sendo a gravidade uma distorção do Espaço-Tempo, como nos diz Einstein com a Teoria da Relatividade Geral, será a gravidade capaz de nos 'ligar' um dia entre Universos?...seria giro...
Enfim....imaginar não custa...
Nestes posts deixei alguns nomes e alguns exemplos que, apesar de certamente conterem algumas incorrecções, podem levar-vos a pesquisarem mais facilmente toda esta parafernália de paradoxos e coisas abstractas que a Mecânica Quântica nos apresenta.
Deixo apenas um aviso: Se quererem imiscuir-se num estudo mais aprofundado desta física moderna, podem contar com um mundo totalmente novo e diferente do que até hoje percepcionaram… deste estados e lugares simultâneos, a teletransporte, passando por dimensões múltiplas e recuos ao passado, à Teoria das Cordas… enfim… um(ns) Universo(s) verdadeiramente esotérico(s), mas que pode(m) sem sombra de dúvida dar asas à abstracção da nossa imaginação, quase explicando fenómenos que até hoje se poderiam considerar no domínio da ficção cientifica e do sobrenatural.
Quanto a mim, meus caros, não digo que percebo tudo isto, muito longe disso. Seria ser demasiado arrogante, quando grandes mentes, com um infinito número superior de conhecimentos em relação a mim, sempre disseram que não percebem esta história da quântica.
O que eu digo, é que a perspectiva básica que adquiri ao ‘sobrevoar’ este tema me veio enriquecer mais um pouco enquanto ávido consumidor de conhecimentos, permitindo, com mais esta peça do puzzle, que construa mais solidamente a minha visão do que me rodeia…
Será a visão correcta? Será a verdadeira realidade?... não creio, acho que é apenas mais um dos ‘mundos’ que cada individuo por si próprio constitui, um Universo sobreposto a tantos outros.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Interpretação de Copenhaga
Esta coisa dos Universos Múltiplos já deu o que falar.
O meu sobrinho JN, cujo link para o seu blog ‘WalkingInCambridge’ se encontra ali ao lado, já ‘meteu o bedelho’ no assunto...
Só que a complexidade do assunto em causa é mesmo muito alta, não podendo ser apenas associada a filmes de ficção de Hollywood.
Torna-se mesmo necessária uma noção, mesmo que muito pequena, dos princípios da mecânica quântica, para se poder perceber que a ideia de Universos Paralelos, Multiversos ou Outros Mundos poderá ser algo que, daqui a 50, 60 ou 100 anos, deixe de se situar na esfera da tal ficção cientifica, sendo que muitos dos fenómenos tomados hoje como ‘sobrenaturais’ tenham também uma interpretação cientifica.
Como vimos no meu ultimo post , as partículas, ou melhor, toda a matéria, possui uma dualidade onda – partícula.
Este facto determina a existência de uma Função de Onda para todo e qualquer estado de matéria.
Por sua vez, essa Função de Onda determina as diferentes probabilidades da posição e estado da matéria num determinado momento.
E agora vamos ver como essa Função de Onda poderá ‘colapsar’, eliminando assim a dualidade onde-partícula, logo que se tenta fazer uma observação ao objecto de estudo, neste caso o electrão.
Sendo assim, decide-se, na experiência da Dupla Fenda, adicionar uma lâmpada entre a parede e o ecrãn.
Sabendo-se que os electrões dispersam a luz, assim que o electrão em estudo passar por uma das fendas verificar-se-á um flash do lado dessa fenda. Se se observar flashs de ambos os lados então não há dúvidas: - o electrão passa pelas duas fendas, seja por obra de magia, seja por se ter subdividido.
Alívio!...
Sempre que se dispara um electrão, ao realizar-se a experiencia desta maneira, verifica-se apenas um flash pelo lado da fenda por onde este passa... afinal, não existem magias negras, nem o electrão se divide contrariando todas as Leis Físicas existentes.
...e para se verificar diminui-se a intensidade da luz, ou seja, de emissão de fotões, e... espanto.... uns electrões são flashados e outros passam sem serem vistos... os que são vistos registam comportamento de partículas no ecrã, os que não são vistos tem comportamento de onda – passam pelas duas fendas ao mesmo tempo! ... que coisa estranha.
Devido exactamente ao factor ‘observador’ Niels Bohr enunciou o Principio da Complementaridade, que basicamente enuncia que a dualidade onda-particula não é uma característica dupla da partícula, mas sim duas características complementares, nunca se manifestando simultaneamente. Quando é observada uma a outra não se manifesta.
Este axioma integra-se na Interpretação de Copenhaga, que é seguida por uma grande parte dos físicos até agora, inclusive por Einstein.
O ‘observador’ da Física Clássica deixa de ser passivo – ao observarmos as estrelas elas não se movem por causa disso – e passa a ser activo na Física Quântica – ao observarmos uma partícula interferimos na forma como ela se revela.
"as grandezas quantizadas dos observáveis tendem ao limite clássico quando os números quânticos associados ao sistema em questão tendem a infinito."
E é a partir da Interpretação de Copenhaga que Heisenberg delineou o seu Principio da Incerteza, conhecido por quase toda a gente, mas que poucos sabem de que se trata.
O Principio da Incerteza estabelece exactamente as restrições aos pares observáveis. Ou seja:
Se queremos observar a posição de um electrão (numa ou outra fenda pEx.) 'atira-se' ao gajo luz (fotões). Mas como verificamos, para determinarmos com precisão a sua posição, o comprimento de onda dessa 'luz' terá de ser o mais curto possivel, contudo, maior será a energia cedida ao electrão, que, por sua vez, segundo algumas 'coisas' matemáticas que não vou explanar (constante de Planck e efeito Compton), promove a imprevisibilidade da sua velocidade...
Era como que para analisarmos a posição e a velocidade de uma bicla lhe atirássemos uma jacto de água para medir, com o recuo da água, a sua posição e a velocidade...e, intuitivamente se percebe,l que quanto mais forte for o jacto de água mais precisa será a medição do seu recuo...só que na realidade não é isso que acontece, como bem sabemos.
...ora, se eu fosse o ciclista até talvez fosse possível verificar a minha posição com um jacto de água fraco, mas, garantidamente quanto mais forte este ficasse menos possibilidades teriam de determinar onde estava, pois com a força desse jacto provavelmente iria parar uns vinte metros atrás, sem contar obviamente com a minha velocidade, que se tornaria automaticamente negativa.
Sendo assim seria sempre Incerta a medida efectuada, porque quanto mais preciso é o mecanismo de medição, mais errada seria essa medição.
Resumindo, quanto mais precisamente se medir uma grandeza, forçosamente mais imprecisa será a medida da grandeza correspondente.
Um dos grandes problemas da experimentação na Física Quântica é exactamente este. A verdade é que na escala de realidade em que vivemos podemos fazer medições com instrumentos e escalas energéticas que não afectam mensuravelmente o objecto de observação - um radar verifica a velocidade do nosso carro e ele não perde velocidade por isso.
Contudo quando se reduzem as observações ao mundo sub-atómico ou mesmo atómico, as observações do objecto de estudo só podem ser realizadas com instrumentos e energias da mesma escala, interferindo automaticamente com esses objectos de estudo.
Mas será mesmo assim?? Os princípios quânticos servem apenas para o mundo das partículas atómicas e sub-atómicas?