domingo, 22 de maio de 2011

Trip...

Nem sempre é fácil colocar sobre o teclado os pensamentos, as emoções, ou outras quaisquer coisas que nos passam cá por dentro.

A realidade é que nem sempre é fácil sequer distinguirmos internamente que coisas são essas…  se emoções, se pensamentos, utopias, ou se não passam apenas de normais reacções bioquímicas causadas por um ou outro momentâneo desequilíbrio.

Por muito que procure, por muito que leia, por muito que matute, sinto-me derrotado perante uma simples questão:  - O que raio estamos aqui a fazer?

Claro que atrás desta questão existem inúmeras outras, mas essencialmente a problemática está em perceber qual a razão da matéria se reorganizar em entidades pensantes ao ponto de se questionar sobre si mesma.

Já repararam na nossa insignificância? Em como os nossos problemas diários são realmente fúteis perante a grandiosidade do que nos rodeia?

Certamente já fizeram grandes viagens de carro, eu pessoalmente já fiz 7000 Km em 10 dias, mas o mais engraçado é que podemos utilizar o exemplo da viagem de carro para demonstrar a exiguidade do estrato, da pequena camada de ‘verniz’ em que vivemos… e como é tão fácil que ela quebre.

Uma ida a Lisboa, por exemplo, não custa nada, são quê? Umas duas horas de carro? De Aveiro a Lisboa, 250Km. Imaginem que conseguiam conduzir o vosso carro, não 250Km, mas apenas uns 70Km, 40 minutos  apenas,  na vertical em ambas as direcções… para baixo chegariam à  descontinuidade de Mohorovičić o local de fronteira entre a crosta terrestre e o inicio do manto terrestre, local de temperaturas abrasadoras… para cima, chegariam ao inicio da termosfera e ao vácuo do espaço… em ambas as direcções encontraríamos zonas onde a nossa existência seria impossível…

Na verdade, e considerando as temperaturas, as pressões e a composição atmosférica, bastaria percorrer  10Km em ambas as direcções para ser literalmente impossível sobrevivermos apenas com um carro a servir de suporte básico de vida…

10 Km? Isso é ir às praias, ou ir a Albergaria-a-Velha… isso faço eu sem esforço de bicicleta.

Compreendem como é estranha a nossa existência?... 

E as perguntas seguintes terão sempre de ser: 
- Que problemas? Mas nós temos algum tipo de problema que seja significativo?

A vida que vivemos é vã, a não ser para nós próprios, disso tenho a certeza. Vivemos num Universo com 20km de largura e encontramos a toda a hora problemas ridículos com que nos preocuparmos. For God’s sake!

Eu estou aqui hoje e agora, mas poderei de repente simplesmente desaparecer no momento seguinte, e como tal vou tentar aproveitar os momentos que me deram oportunidade de usufruir neste pequeno estrato do Universo, de preferência com aqueles de quem gosto e me conhecem.  

Por isso peço:  - Please! Try don’t bore me with your meaningless problems!!! 



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