terça-feira, 20 de julho de 2010

MANIFESTO À EXISTÊNCIA

Voltei…

Meses se passaram desde a última brainstorm lançada para o teclado… a necessidade de escrever, de expiar os demónios interiores, ainda existe e sempre existiu… aliás, desde aqueles anos passados em diálogo feito monólogo onde todo o meu ser interior se expôs a quem quis conhece-lo, que a necessidade de escrever se tornou inata ao simples facto de… viver.

Deixar de o fazer por tanto tempo deveu-se a um interminável número de circunstâncias que ocorreram neste últimos meses, e dos quais muitos dos que estão agora a lêr este texto fizeram parte integral, ou não.

São estes acontecimentos que estão agora na origem da urgente necessidade de voltar a ‘gritar aos sete ventos’ sobre o que vai no meu intimo… trata-se de aliviar a tensão de sentimentos paradoxais que se acumularam durante uma janela temporal que por norma se estenderia por muitos anos, mas que no meu caso se abriu em 2 meses.

Acho que muitos sabem do que estou a falar.

Desde o casamento com uma pessoa que sempre pensei nunca ser possível existir num mundo onde a ideologia self-centered predomina como uma virtude cinicamente escondida…

… aos momentos passados com ela em lugares de uma beleza indubitável criada não só pelo Homem, mas também pelos ‘algoritmos’ de um universo muitas vezes estranho onde de uma forma aparentemente paradoxal a sua própria auto-destruição cria cenários simplesmente deslumbrantes; locais diversos onde em tempos remotos e recentes a Humanidade demonstrou o seu melhor e o seu pior…

… até à morte de um Pai cujos defeitos e virtudes eram sinónimos da sua Humanidade, para o melhor e para o pior.

Foi ele, por muito distante que por vezes se mantinha, que, em conjunto com uma Mãe que agora se revela como apenas uma sombra do que a minha memória de infância e adolescência me dá a conhecer, criaram aquilo que hoje sou.

Apesar de tudo, de todos os defeitos que lhes possam ser apontados, olhando para trás sinto-me virtuoso pela educação que tive e pelas pessoas que me rodearam nessa altura.

Se poderia ter sido melhor? Sim claro, é sempre possível ser-se melhor e dar algo mais, mas a verdade é que nada me garante que seria pelo menos o que sou hoje, e hoje sinto-me em perfeita harmonia comigo e com o que me rodeia, para mim isso basta...
… agradeço-o tanto a eles como aos meus quatro irmãos e irmãs que, com as suas variadas vicissitudes e grandes diferenças de idade para comigo, se tornaram os meus segundos pais, sendo eles que nos últimos tempos voltei a reencontrar…

Mas, para além deles, do grupo familiar constituído por aquelas pessoas que ‘não podemos escolher’, existem outras pessoas que entram na nossa vida e a atravessam transversalmente sendo parte integrante da nossa construção enquanto indivíduos, servindo muitas vezes como exemplos a apreender quer positivamente, quer negativamente evitando os seus erros…

E são exactamente aquelas pessoas que nos trazem coisas positivas que acabamos por ‘escolher’ como companheiros do nosso crescimento…

… a essas poucas pessoas que partilham a minha vida, algumas desde a infância e outras tantas desde há alguns anos mas se calhar com tanta ou mais intensidade, congratulo-me com a vossa ‘existência’, reconhecendo que duas ou três são verdadeiros pilares do meu ser, e que sem vocês não seria garantidamente o JB que conhecem. Como diria alguém em algum lugar, vocês são como as estrelas, nem sempre visíveis mas sempre lá…

…Sinto-me honrado por tudo o que tenho…

Para terminar deixo-vos com uma pequena lembrança de um antigo post sobre a relatividade do tempo... e com o comentário do JN a esse post...


1 comentário:

johnnie walker disse...

Então mas este estaminé volta ao activo e já nem se diz nada nem o catano...

Seja muito bem-vindo!

Em relação a estes dois intensos meses, apenas posso dizer que nada se perde nem nada se ganha...tudo se transforma...