Ontem, sem querer, apercebi-me que um ano já tinha passado sem realmente ter dado por isso.
Esfumou-se...
Ao fazer um pequeno zapping na TV deparei-me com um documentário interessante no canal História sobre a queda do Muro de Berlim... precisamente há um ano, pelo 30º Aniversário desse evento, escrevi uma série de posts sobre o assunto.
Parece que esses posts foram escritos há um mês.
Na realidade, e agora que penso no assunto, durante este último ano sucedeu-se uma série de situações que deveriam ter ficado cerebralmente ‘memorizadas’ como eventos importantes na vida de uma pessoa e... não ficaram.
Parece-me agora que estes momentos recentes são apenas como tantos outros que ocorreram ao longo dos meus anos de vida e que se encontram diluídos num tempo que cada vez passa mais rápido.
Outros momentos existem na minha memória que, nem de perto nem de longe, deveriam ter o significado de algumas das coisas que ocorreram no último ano, mas que me parecem mil vezes mais vincados na minha mente como muito importantes... como foi o estudo da história do Muro de Berlim p.ex.
Esta estranha sensação leva-me por vezes a pensar se o comportamento que adoptei nos últimos anos tem sido o mais acertado.
Coloquei de lado aqueles pensamentos racionalistas de planeamento exaustivo antes das acções a tomar, e comecei a deixar-me levar pelos impulsos momentâneos sem pensar muito nas consequências futuras de médio e longo prazo, o que, provavelmente, terá sido o factor do que me leva agora a relativizar os acontecimentos pessoais que se têm sucedido.
A verdade é que, de um ponto de vista diário, sinto-me se calhar mais leve, sem dúvida...
Mas, por outro lado, sinto que de certa forma perdi uma identidade, uma identidade de auto-construção e também de identificação com uma determinada tipologia Humana, como se tivesse parado de crescer intelectualmente e socialmente.
Sinto que perdi ligações... cortei um cordão umbilical que me ligava a mim próprio, para me deixar cair num mundo de mortos-vivos...num mundo de indiferença por aquilo que considero os verdadeiros valores Humanos.
Vivo como um 'peixe' numa corrente de um rio que transporta outros tantos 'peixes' cujo único objectivo é sobreviver sem demasiadas perguntas... eu não sou assim porra! Eu não sou um mero 'salmão' que vai fazer a desova a montante e morre!
Mas olho à minha volta e só vejo cérebros betumificados. Quero saltar fora, mas para onde?
Os acontecimentos ocorrem sem a importância que deveria dar, como num filme corrido em que apenas sou um mero espectador. Tudo me parece efémero e verdadeiramente sem a importância que deveria ter.
Em certas alturas paro e pergunto-me se ainda estou por aqui... e se estou, será que continuo a desejar estar?...
Estes pensamentos podem ser demonstrativos do inicio de uma certa ‘patologia’, mas esforço-me para que não sejam expressões disso... como já sabes a escrita para mim é uma forma de expiar os ‘demónios interiores’ e serve como catalisador de um equilíbrio interno.
O que descrevo é o que sinto, disso não tenho dúvida.... mas dai a pensar em coisas mais maradas e 'negras' vai um longo, mesmo longo, caminho.
..é apenas um desabafo...
1 comentário:
...um desabafo honesto...
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