sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Datas... para isto e para aquilo....

Eu sou por definição uma pessoa que se esquece compulsivamente de datas... aniversários, eventos, acontecimentos históricos... bom... tudo que tenha um dia, um mês e um ano, tende a dissipar-se...

Teorizo que existe tanta informação geral útil passível de ser retida na memória de médio e longo prazo que, qualquer outra informação especifica, como datas ou números de telefones, só ocuparão espaço essencial nessa memória, sendo desprezíveis.


Claro que existem pessoas (e alguns mentecaptos!) cujo interesse em adquirir conhecimentos é tão diminuto que nos conseguem surpreender com as suas faculdades em memorizar números... ok, esqueçam este último pensamento... para não variar, exagero, com base em alguns casos que conheço.

Claro que a memorização de números está associada a algumas tipologias mentais e não necessariamente à falta de vontade de adquirir conhecimentos...

Lembro-me do meu tempo de estudante do secundário, quando ia para os testes de História, sabia logo à partida que iria perder pontos se saíssem datas históricas para comprovar os meus conhecimentos... (nunca percebi como a memorização de datas pode comprovar o nível de conhecimentos de um individuo).

Curiosamente nunca tive nenhuma negativa a História...

Confesso também, que já houveram anos (1 ou 2) que me lembrei que estava a fazer anos no próprio dia de aniversário, e uma das vezes nem me lembrei, lembraram-me. Devem pensar que sou um caso raro...enganam-se. Existem inúmeras pessoas que não ligam a datas de aniversário, aliás são tantas que até me admiro!! No trabalho que realizo para um Instituto do Estado, contacto frequentemente com pessoas ditas “rurais”, que nem sabem a própria idade quanto mais o dia de nascimento... lá está, preocupam-se com outras coisas necessárias à sua sobrevivência...

A verdade é que a comemoração de datas individuais, como o aniversário, só começa a surgir com libertação de espaço de memória de médio/longo prazo, que anteriormente era preenchido com questões verdadeiramente essenciais, ditas de sobrevivência. Este conceito aplica-se ao indivíduo massificado a partir mais ao menos da Revolução Industrial, e às datas de eventos históricos a partir do início da própria história, quando, de nómadas recolectores, passamos a fixarmo-nos em aglomerados populacionais estáveis. É nessa altura que as datas históricas, por facilidade de armazenamento de informação social, começam a marcar ‘a história’ de civilizações.

Outras datas fazem, no entanto, parte da humanidade desde sempre, acompanhando, não só a sua evolução enquanto espécie, como também toda a sua evolução filogenética anterior. São as datas que se reconhecem não por segundo, minutos, horas, ou dias, mas por acontecimentos cíclicos ambientais que estão intimamente associados aos ciclos biológicos... falo da rotação e translação do planeta e da Lua, que nos forneceram o relógio biológico de que todos os animais e plantas são possuidores. Esses ciclos determinam a noite e o dia, os solstícios e respectivas estações do ano, bem como as marés e os meses...

E desde que o Homem é homem e mulher, que teve a necessidade de memorizar a médio longo prazo essas datas ambientais... agora, eventos históricos e aniversários... hummm não me parece, muito menos números de telefone ou da Segurança Social...

Bom...

Mas como vivo num mundo moderno, - cheio de modernices, portanto -, com o tempo e com a “socialização”, - essencialmente com o sexo feminino, sublinho - tomei consciência que as datas eram uma coisa mesmo muito importante...vá-se-lá saber o porquê disso.

Como tal, e depois de ser constantemente ‘lembrado’, acabei por fixar na memória de médio longo prazo algumas datas e números.

Apetecia-me listar essas datas e números de telefones por aqui abaixo, em forma de auxiliar de memória, obtendo assim mais espaço de memória para coisas mais interessantes, mas provavelmente iria contar com alguns processos cíveis em cima...

Como tal, apenas refiro que este post surge porque já a partir do inicio do mês de Setembro começarão a saltitar no meu cérebro algumas das datas que ficaram, e provavelmente ficarão em memória para o resto da minha vidinha, tanto pela sua importância, como pela constante ‘impressão’ que tiveram na minha memória ao longo de alguns anos...

Algumas delas talvez já deveriam ter sido recalcadas, mas, e por definição Freudiana, o recalcamento é um processo de defesa inconsciente das más memórias, o que me deixa concluir que todas as que subsistem são provenientes de boas memórias... presumo.

... e assim é... datas e números...

Existem outros momentos, não definidos por um dia ou hora específicos, que nos marcam... muitas vezes esses momentos ocorrem na nossa infância. E todo aquele rapaz que viveu essa fase da sua vida em comunhão de quarto com um irmão mais velho, como foi o meu caso, acaba por ter momentos que ficam registados de uma forma muito vincada na sua memória...

...claro que anos mais tarde, percebemos que certas e determinadas coisas, não são os monstros que julgavamos ser... de tal forma que até as acabamos por procurar com insistência....

E com esta reflexão própria de um gajo, vos deixo até um novo post, que, esperemos, seja um pouco mais racional do que este...

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