terça-feira, 22 de setembro de 2009

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL...próximo passo evolutivo

O livro que actualmente me encontro a ler chama-se ‘A Física do Impossível’ de Michio Kaku, físico americano de ascendência japonesa, conhecido essencialmente pelos estudos realizados na área da Teoria das Cordas e da Supersimetria. Estas teorias são verdadeiras coisas esotéricas para o comum dos mortais, nos quais me incluo, mas, para perceberem, e de uma forma simplória, essas são as teorias que propõem unificar a física (a física das quatro forças fundamentais: Gravitacional, Electromagnética, Fraca e Forte), algo que Einstein tentou até ao fim da sua vida.


Para quem vê documentários sobre ciências modernas, na Discovery, Odisseia, Canal História, ou National Geographic, Michio Kaku é aquele senhor de fisionomia japonesa com cabelo longo grisalho que muitas vezes aparece a explicar de uma forma ‘entendível’ coisas como wormholes, buracos negros, teoria da relatividade, etc, etc...este aqui da foto:

Nesse livro, tenta compreender e explicar como, em quanto tempo, e se será possível, à luz da ciência actual (da física moderna), o advento de certas tecnologias que ainda estão no campo da ficção científica. Teletransporte, viagens no tempo ou à velocidade da luz, entre muitas outras.

Ontem à noite acabei de ler o capítulo sobre Inteligência Artificial.

Segundo Kaku, poderá ser possível já durante este século, termos máquinas com capacidade igual ou superior ao intelecto Humano, o que poderá ter consequências catastróficas. Fala-se na comunidade científica, de implementar certos parâmetros limitadores nessas máquinas, algo como as 3 leis que Isaac Asimov elaborou na sua obra sobre Robots.
Facto curioso, é que uma da premissas de que toda a gente se lembra, incluindo Asimov, é a de instruir as máquinas, ditas inteligentes, com o comando: Obrigatoriedade de proteger o Ser Humano... o que poderá ser um paradoxo uma vez que um dos únicos perigos reais para o Ser Humano é o próprio Ser Humano...

Bom, acontece que já há algum tempo que tenho tido contacto com teorias e noções sobre Inteligência Artificial (IA), nomeadamente com uma que me deixou um pouco apreensivo perante a correlação que já consigo fazer com o que se sucede actualmente.

Talvez há uns 5 anos atrás, um colega meu (JC) investigador na área da biologia, licenciado na Universidade de Aveiro e Mestrado na faculdade de ciências (Biologia) da UNIGE (Genebra), depois de uma conversa sobre este assunto, cedeu-me um manuscrito que circulava entre os e-mails do pessoal de ciências e que estava a fazer um certo furor. Chamava-se ‘The Artilect War’.

Esse ensaio, que agora já é livro, é obra do Prof. Dr. Hugo de Garis que era investigador de IA da Starlab, (http://www.starlab.org/), uma empresa que se dedica à investigação espacial e de neurociências. Parece que entretanto a investigação deste Dr. acabou por fechar devido ao pouco interesse comercial actual.

Trata-se de uma visão, meio ficcionada, do futuro próximo da sociedade e civilização Humana, que reflete as preocupações com que o seu autor se viu confrontado perante o seu objecto de estudo, e que, segundo o próprio, e não só ele, como referi acima, se poderão tornar realidade nos próximos 100 anos.

Actualmente, e devido aos problemas físicos associados a forma como um computador é construído - com um processador central a comandar os diversos componentes - , a IA está longe de se poder atingir, porque os nossos computadores actuais são meras máquinas de calcular, com capacidades a esse nível enormíssimas é certo, mas sem deixarem ainda assim de ser calculadoras.
Contudo, com a tecnologia actual, já existem máquinas com a capacidade ‘intelectual’ de um insecto, capazes de “auto subsistência” direccional, e capazes de proceder a tarefas sem a necessidade de um controlo directo, remoto ou não. Aliás, os campeonatos de futebol robótico inter universidades, são exemplo do que acabei de referir.

Mas o futuro (muito próximo) não será esse. Os computadores, tal como os conhecemos actualmente, irão, porventura, chegar ao seu limite físico de miniaturização. Não só por não ser possível integrar mais circuitos cada vez mais pequenos em superfícies cada vez mais pequenas, mas também porque, mesmo que isso fosse possível, o aquecimento exponencial desse tipo de construções (lembram-se dos fractais e das curvas de Koch que falei num post anterior?) seria de tal ordem que derreteria esses mesmos circuitos. E ainda que fosse possível fazer o arrefecimento dos circuitos, esses circuitos, (eléctricos portanto), ao atingirem larguras do tamanho de um átomo estariam sujeitos ao princípio de incerteza de Heisenberg não sendo possível determinar onde estariam os electrões, causando o curto circuito do sistema.
Não deixa de ser curioso, porém, verificar que um chip actual tipo Pentium já utiliza circuitos com espessuras de até 20 átomos.

Sendo assim, a Lei de Moore que vaticina uma duplicação da potência de cálculo a cada 18 meses, perderá o seu efeito, segundo alguns investigadores, perto de 2020...

Mas então o que surgirá para substituir os computadores actuais?

Computadores quânticos, e de redes neuronais. Algo que já se encontra em fase de estudo e construção de protótipos, mas que ainda estão muito longe do que irá sair para as ruas. Não sei se será em 2020, antes ou depois, mas que vão surgir vão. E vai acontecer de um dia para o outro, muito em breve.

E será quando isso acontecer que as preocupações do Prof. Dr. Hugo de Garis, tomarão forma quase imediata. A capacidade computacional de um computador de redes neuronais, que certamente irá surgir em consequência da existência de computadores quânticos, está muito para além de simples cálculos. Os animais mais complexos utilizam cérebros. E os cérebros são redes neuronais... conseguem aprender e utilizar essa aprendizagem para evoluir e adquirir conhecimentos, possuem emoções.

E esse será o salto para a verdadeira IA. Se a Lei de Moore foi verdadeira para as ‘calculadoras’ que utilizam interruptores eléctricos 1 e 0 (bits), será ainda mais para os computadores quânticos, podendo não ser preciso esperar 18 meses para verificar uma duplicação de potência, que poderá ocorrer exponencialmente de um dia para o outro, por auto aprendizagem.

O problema surgirá quando uma máquina desse tipo for deixada livre para apreender com o meio envolvente. No limite, chegar-se-á ao ponto da humanidade poder deixar de fazer sentido enquanto espécie evolutiva... a inteligência artificial estará num patamar evolutivo muito mais elevado, e segundo diversos pensadores, essa circunstância poderá até levar à erradicação do Homo Sapiens, tal como esse o fez com o Homo Neanderthalensis quando coexistiam.

Bom, mas isto é assunto para um livro, ou imensos livros, que por acaso começam a abundar.

No caso de terem interesse em lêr ‘The Artilect War’ (106 pág. em inglês) deixem mensagem. (ver mail no perfil)


Entretanto vejam uma pequena entrevista com o PhD. Michio Kaku que acabei de encontrar no YouTube, exactamente sobre o que ele descreve no seu livro sobre a IA...

1 comentário:

johnnie walker disse...

bou ter que te bater...

eu ainda nao tenho esse livrinho porque?

Bota a envia-lo para o meu mail..

tipo..ja!