terça-feira, 15 de setembro de 2009

Realidades Alternativas

As circunstâncias da vida levam-nos por vezes a tomar decisões difíceis que muitas vezes vão contra a nossa vontade.

Nem sempre tomamos as melhores opções, mas, na sua grande maioria, acabam por ser positivas quanto à experiencia que nos proporcionam, independentemente da carga negativa que possam conter.

Apesar de se afigurarem sempre difíceis e dolorosas nos primeiros tempos, face às mudanças que implicam, todas as resoluções que alteram significamente a nossa forma de estar e viver, fazem parte integrante do nosso auto conhecimento, mesmo que as possamos considerar como erros, à posteriori...

E já é quase senso comum a afirmação de que o erro faz parte e é essencial à evolução.

Digo que, ‘já é quase’, porque ainda existem muitas mentes que não admitem erros e os consideram como algo extremamente negativo, não retirando qualquer proveito dos mesmos... gestores, políticos, etc, e mesmo qualquer um de nós, eu incluído, num qualquer momento acabamos por negativizar o erro.

O erro é admissível e torna-se inevitável e indispensável. E é com base nessa premissa que nos deveríamos auto construir. A aprendizagem da gestão do erro deveria ser um dos tijolos de base na nossa educação.

Em Agosto escrevi sobre a relatividade do tempo. Nessa dissertação falava sobre o tempo e sobre a minha percepção do mesmo como sendo uma dimensão criada por factores causa-efeito. O regresso ao passado, sobre essa perspectiva, nunca será possível.

Sendo assim, e como é lógico, todas as acções que tivemos até aqui, por muito pequenas que tenham sido, acabaram, no seu todo, por nos colocar neste preciso momento e lugar com todas as características ambientais e sociais que nos envolvem.

Essas acções, que advieram em grande parte das diferentes resoluções que tomámos, podem ter tido como causas, pensamentos erróneos que vieram a produzir efeitos que não eram presumidos à partida, o que, por sua vez, nos cria desmotivações, pelo erro que cometemos...

E é exactamente com base nessa presunção do erro, e com a coisa maravilhosa que é o nosso cérebro, cujo pensamento que nele se cria não está subordinado as leis do tempo e de causa-efeito, que proponho um exercício simples.

Normalmente, antes da tomada de uma decisão, tendemos a racionalizar o futuro perante as diferentes hipóteses, de forma a tentarmos evitar os efeitos ‘piores’... planeamos, e isso é que faz de nós Humanos... tentamos prever o futuro.

O que proponho é o inverso. Para verificarmos que um determindado erro cometido poderá nunca ter existido, voltamos ao ponto de partida e criamos na nossa mente Realidades Alternativas à decisão que tomámos, com base em todas as circunstâncias de causa-efeito que agora conhecemos.

Com esse exercício verificamos que, na grande maioria das vezes, os presumíveis erros das más decisões que supostamente tomamos, apenas saltam de realidade para realidade, onde se revelam de uma outra qualquer forma.

Chamo-o de exercício das ‘Realidades Alternativas’... e é algo que frequentemente realizo para adormecer... e podem-me chamar wird que não me importo.

Analisem a vossa vida... olhem à vossa volta, vejam as pessoas que vos rodeiam, as coisas (materiais e imateriais) que possuem, e façam um rewind até a um qualquer ponto de decisão, que ainda se lembrem, que possa ter criado uma outra Realidade Alternativa se tivessem tomado uma outra resolução nessa altura...

No fundo, e em linguagem informática, procurem um ponto de restauro na vossa vida e imaginem-na a partir dai tendo em conta tudo o que já conhecem…

Analisem agora a vossa vida a partir desse ponto...olhem à vossa volta, e vejam que pessoas poderiam ter no vosso círculo pessoal, e que coisas poderiam possuir... analisem racionalmente, criando quer as ‘boas’ Realidades Alternativas quer as ‘más’… e depois agreguem tudo e obtenham a Realidade Alternativa média que poderia existir caso tomassem a outra decisão…

Será melhor? Será pior?

Bom, como ‘viajante’ normal de realidades alternativas, posso-vos afirmar uma coisa:

Qualquer das ‘realidades’ que percorri não eram melhores nem piores, apenas diferentes...

Contudo, confesso que existem certas realidades que me deixam apreensivo quanto ao facto de neste momento poder estar pior do que poderia. Normalmente isso acontece quando vamos buscar pontos de restauro mais recentes. Não existem suficientes factores causa-efeito para que possamos perspectivar qual das situações teria sido a melhor...

Pessoalmente tenho uma ou duas bifurcações temporais recentes, cujas resoluções tomadas (ou a falta delas, para ser mais correcto) me deixam inquieto face ao que poderia estar a vivenciar agora... deveria ter tomado outro caminho? Numa, tenho quase a certeza que sim…, mas lá está, talvez estivesse agora a perguntar-me se não deveria ter seguido o caminho que sigo agora...

Façam o exercício. Para mim, é uma forma de equilíbrio e de perceber que as grandes decisões da vida, por muito racionalizadas que sejam, são meramente aleatórias se não forem acompanhadas por decisões posteriores menos importantes e de uma abrangência temporal menor, sendo, essas sim, e por isso, potencialmente as mais ‘correctas’, e as que corrigirão a grande decisão inicial…

2 comentários:

johnnie walker disse...

1 ponto: Finalmente escreves aqui qualquer coisa!

2 ponto: Qual seria esse ponto na vida que mudavas então?

JB disse...

...respostas:

Ponto 1: - Não tenho a tua vida...

Ponto 2: - O dia em que te conheci MUAHAHAHAHAHAH!!!!