sábado, 19 de setembro de 2009

GRIPE A... SubTipo H1N1

Já há algum tempo que ando para escrever sobre a Gripe A... a enfermidade da moda. E após muita pesquisa, penso que já consigo compreender a ideia subjacente a tudo isto...

Não gosto de me prenunciar muito sobre coisas que desconheço. E como era um certo leigo na matéria, andei a informar-me sobre o H1N1 de que toda a gente fala, (e imensos pouco ou nada sabem em concreto), em artigos de especialidade da OMS (ou WHO em inglês), de virologistas, laboratórios de virologia, entre outros, como é o caso do CDC Americano, e, como é obvio, na DGS Portuguesa.

Não sou médico, nem virologista. O conhecimento que tenho sobre a matéria é meramente elaborado em correlações de informações provenientes de diferentes fontes, que tento que sejam as mais fiáveis possível.

Como referi, não tirei nenhum curso superior versado em matérias de virologia, epidemiologia, medicina, genética ou biologia.
No entanto, hoje em dia, qualquer pessoa minimamente interessada, intelectualmente activa, e sendo relativamente fluente em inglês, pode adquirir com extrema facilidade todo o tipo de informação devidamente atestada por indivíduos e instituições creditadas, que nada têm haver com séries televisivas, e-mails e imprensa generalista.

A evitar mesmo: e-mails brasileiros e websites que não sejam de instituições reconhecidas, como a OMS, ou Universidades de renome internacional como o MIT, Cambrige, Aveiro ou Coimbra...

Este tipo de pesquisa nunca será equitativa a uma licenciatura, mas é mais do que suficiente para se adquirir alguma informação específica sobre assuntos diversos e, a partir dai, elaborar-se uma opinião bastante fundamentada.

Sendo assim, que factos pude eu apurar sobre a Gripe ‘do Século’?

Colocando de parte as teorias da conspiração, que cada vez são mais elaboradas, a razão da envolvência (de quase pânico!) que se deu a esta matéria resume-se a isto:

- Um vírus é inerte, não possui vida. Um vírus é no fundo uma amálgama de bases moleculares(citosina, guanina, uracilo e adenina) organizadas num núcleo de segmentos genéticos, o ARN – Ácido Ribonucleico, (que é uma ‘espécie’ de ADN, mas em tamanho pequenino e menos complexo, e que normalmente faz a síntese das proteínas nos núcleos das células), envolvidos por uma 'capa' exterior de proteínas. No caso do vírus da gripe, o ARN é uma cadeia de segmentos de 8 pares de Ácido Ribonucleico, que anda ‘à deriva’ até que encontra uma célula onde se pode alojar e ai começar a sua replicação, com mais ou menos ‘violência’.

- O facto de um vírus ser um elemento estranho ao corpo é o que provoca os problemas. Células enfraquecidas e vulneráveis a infecções bacterianas, ou mesmo destruição da célula pelo próprio ARN viral durante a sua entrada, replicação, ou saída. Acrescem reacções de resposta do sistema imunitário que podem ser incrivelmente desproporcionadas, que causam várias sintomatologias, como a febre, e que podem inclusivamente levar à morte do hospedeiro.

- O vírus A da gripe, que por aí circula, é do subtipo H1N1 (e não tem o nome especifico de H1N1, apenas é uma estirpe desse subtipo, que por acaso têm variantes muitos comuns)... é o mesmo subtipo que iniciou a influenza espanhola em 1918.

- ‘H’ e ‘N’ são as iniciais das proteínas de superfície, as quais são as ‘chaves’ da porta de entrada das células humanas, (neste caso do tracto respiratório), designadas por Hemaglutininas e Neuraminidases, respectivamente, tendo sido identificadas 16 das primeiras e 9 das segundas.

- Este, como qualquer outro vírus da gripe, tem a sua origem nas Aves, que é a classe animal portadora natural da gripe, onde o RNA viral vive confortavelmente sem problemas com as Finanças… infelizmente para os pardais e outros bichos com asas e penas, existem umas ovelhas negras que gostam de lhes causar problemas: Os subtipos de vírus que contêm as proteínas H5 e H7 superficiais.

- Existem três tipos de vírus da gripe: A, B e C.
O primeiro tipo salta a barreira inter espécies, ou seja, as ‘chaves’ que utiliza, abrem as portas das células de vários animais, enquanto os dois últimos afectam quase somente os humanos, sendo o C quase desprezivel enquanto problema de saúde. É de referir que existe um grande número de vírus por ai a vaguear, de coisas como as gripes, e que estão inclusivamente dentro dos nossos corpos, mas que não têm ‘chaves’ para as nossas células…

- Os tipos A, têm, na sua constituição proteica superficial, uma ou mais das proteínas H1, H2, H3 e/ou N1 e N2, as tais ‘gazuas’…

- Será então na replicação dos tais oito pares de segmentos, já dentro das células, que as coisas começam a correr mal. O vírus da gripe é um vírus que comete muitos ‘erros’ na sua replicação, o que explica a sua variabilidade antigénica, e o que, por sua vez, engana todos os anos, às vezes várias vezes ao ano, os sistemas imunológicos… imaginem terem que se lembrar de um ladrão que anda sempre a mudar de cor de pele, de olhos e cabelo, e ao mesmo tempo a mudar a sua fisionomia geral… não seria fácil apanha-lo.

- E este H1N1 é um ‘ladrão’que nunca se encontrou com o sistema imunológico humano. Já por natureza é difícil para o sistema imunológico reconhecer os vírus sazonais de gripe que ‘brincam às escondidas’ com ele. No entanto, os vírus tipo B têm uma assinatura proteica reconhecida, apesar de estarem sempre a mudar de forma, têm um ‘cheiro’ característico, e rapidamente acabam por ser apanhados pelo sistema imunológico. Já nem falo dos de tipo C… esses largam um fedor que não têm hipótese, são logo apanhados.

- Ora, este Tipo A que anda por ai, formou-se quando três viruzinhos da gripe que afectavam, os porcos, os homens e as aves, se encontram para beber um copo numa célula de um (grande) porco, cujas células são portas escancaradas para os vírus da gripe… um animal mesmo.
Como os vírus não são espertos, com a excitação de estarem ali todos juntinhos, já bebidos e sem serem capazes de fazer sexo uns com os outros, começaram então a replicar-se ao mesmo tempo recombinando-se para formar o temível H1N1 que por ai anda a infectar homens, porcos e aves…

Um híbrido.


- Sendo assim, este H1N1, para já, não possui quase ‘cheiro’ nenhum, é como o cheiro da pele de um bebé para o nosso sistema imunitário… felizmente, esta combinação actual não é muito 'violenta', o que evita respostas imunitárias sobredimensionadas, e co-infecções bacteriológicas capazes de causar problemas graves.

- No entanto, existe o problema epidémico. Não sendo reconhecido pelo sistema imunitário humano, e logo, não existindo uma retenção natural da proliferação do vírus, a qualquer momento poderá acontecer uma mutação, um erro de replicação, ou pior, uma recombinação com outro virus de gripe, que irá borrar a história toda.

- Que foi exactamente o que aconteceu em 1918. Sabe-se hoje, através de um trabalho de verdadeiros CSI de bio-arqueológia por parte de alguns laboratórios e virologistas, que a influenza Espanhola de 1918, teve um início parecido com o que este H1N1 está a ter.

Uma fase muito suave, seguida de uma mutação* do vírus, que começou a provocar respostas sobredimensionadas do sistema imunitário humano que gerava uma verdadeira cascata de indução de citoquinas nas células pulmonares, o que, por sua vez, originava pulmões cheios de liquido e posterior morte. Curiosamente, e exactamente pelo efeito descrito, eram as pessoas mais saudáveis que estavam mais sujeitas à morte… funcionavam bem demais e era o próprio corpo que se autodestruía.

- E esse é um dos perigos deste H1N1. A possibilidade de a qualquer momento existir uma mutação* grave, antes que o sistema imunológico humano comece a reconhecer o ‘cheiro’ deste vírus…

- E é por isso que se criou este ‘pseudo-pânico’ generalizado que muitos acham desproporcionado. Na verdade, não é.

- É necessário proceder à retenção e ao controle artificial deste vírus, através de quarentenas e de internamentos forçados, para já. Se o deixarmos ‘à solta’, a sua velocidade de disseminação vertiginosa, por não encontrar barreiras nos sistemas imunitários que encontra, terá como efeito uma crescente e exponencial probabilidade de, a cada pessoa que encontra e a cada replicação, vir a surgir uma mutação* verdadeiramente perigosa.

- Criando internamentos e quarentenas, para além de diminuirmos a velocidade de propagação, asseguramos o controle de possíveis mutações*perigosas.
- Além disso, reduzindo o número de pessoas doentes em simultâneo, e de um ponto de vista social, evitamos quedas acentuadas de produtividade do tecido socio-economico que, já por si, se encontra no momento bastante debilitado devido ao que algumas pessoas fizeram.... pessoas essas, que estão muito abaixo dos virus na escala intelectual...

E penso que ai está a razão de tudo o que se tem vindo a passar nos últimos tempos quanto à Gripe A, e que pouca gente percebe.

Lembro ainda, que é verdadeira a ideia de que, ao contrairmos já este vírus nos estamos a imunizar contra possíveis novas infecções e mutações posteriores. No entanto, e para que tenham noção do perigo disso, digo apenas que podem ser os felizes contemplados com uma mutação* que vos irá matar, e serão aqueles que irão disseminar essa mutação pela população humana… que sorte não é? Tenham juízo e deixem as coisas correr sem pressas… se apanharem o vírus, como será de esperar, sigam as instruções que existem em todo o lado e não brinquem com o fogo…

Para terminar, e em jeito de destruição de possíveis teorias da conspiração, recordo que este tipo de mutações* inter-espécies de virus da gripe, ocorrem naturalmente de tempos em tempos, de acordo com a aleatoriedade natural. Só no século XX, ocorreram 3 pandemias de gripe que se enquadram na descrição que acabaram de ler:

- A Espanhola (ou Pneumónica como se designou em Portugal) de 1918.
- A Asiática de 1957
- A de Hong Kong de 1968

Pelo meio surgem algumas ignições momentâneas que, devido a vírus incapazes de se propagarem facilmente entre as pessoas, se extinguem naturalmente, como foi o caso do H5N1 de 2003 na Ásia, apesar de, segundo alguns especialistas, poder ter sido o inicio das mutações que levaram a este H1N1.
* - Devo explicar que, ao referir "mutação" incluo as recombinações com outros vírus de gripe humana ou não, que essas sim, são verdadeiramente perigosas. Não é cientificamente correcto designar como mutação as recombinações de ARN viral, mas para um compreensão melhor utilizei esse termo para englobar todas as alterações ao virus.

P.S. :

- Por detrás da gripe de 1918, acho que estava Hitler…já era nascido na altura e se calhar tentou eliminar a humanidade dessa maneira, como não conseguiu tornou-se Führer da Alemanha e deu inicio á 2ª Guerra Mundial…bemmmm… esta coisa das teorias da conspiração tem muito que se lhe diga…

1 comentário:

johnnie walker disse...

Sim senhor!

Gostei deste relatório rigoroso e bastante informativo. Que pelo menos algumas pessoas o possam ler e não entrar na histeria de multidao que se observa agora...

E quanto a essa coisa das conspirações, tu não estavas a referir nenhum post meu em concreto, certo?

hmm...

abraço