terça-feira, 29 de setembro de 2009

...Questões de Voto...

Até tremo quando me sento ao teclado… tento por tudo ser sucinto, mas definitivamente as palavras saem em cascata. Surgem explosões de ideias que se sobrepõem ao controlo consciente sobre as mãos… é quase como se um segundo Alter Ego saísse para fora… e não considero sofrer de dupla personalidade… mas isso sou eu a pensar.

Na verdade, sei muito bem o que me leva criar uma corrente de palavras quando estou sentado ao computador:

- O treino de teclar todo o dia, aqui e no work… nada se faz sem computador e teclados hoje em dia.

…e…

- Ter conseguido articular a velocidade das mãos com a velocidade vertiginosa do pensamento…aliás, já estava a pensar no próximo post… bommmm…

Em todo o caso, vou colocar um cutelo de cozinha aqui ao lado, para o caso das mãos ganharem vida própria durante este post… já treinei o uso da faca com os pés.


Votos e politica:

É assim… eu não voto, ponto final.

Nunca votei, aliás, minto, votei nos referendos. Mas quando é para escolher um partido politico para nos governar, presidencialmente, centralmente ou localmente, não o faço.

Já estive à porta da assembleia de voto algumas vezes, já pensei em votar muitas mais vezes, mas não o faço! E porquê?

Porque não acredito no sistema democrático que rege o nosso país e a maior parte dos sistemas democráticos ocidentais, e como não acredito neste sistema, estaria a mentir a mim próprio, e a compactuar com o próprio sistema se fosse sequer votar em branco.

E infelizmente o sistema não consegue perceber, ou não quer perceber, mesmo quando chegam a existir taxas de abstenção de 60% ou superiores... dá que pensar.

Porquê eleger um governo quando é eleito por uma minoria da população? Porque se continua a ignorar a abstenção? Será que é racional continuar-se a ignorar abstenções elevadas? Será que as abstenções são causadas por pessoas preguiçosas? Desmotivadas? Sem opinião politica? Sem responsabilidades sociais??

Qualquer que seja a resposta, é um problema que não podemos ignorar. Se 60%, 50% ou mesmo 40% da população não vota, qualquer que seja a razão associada, é porque a realidade politica está carunchosa na sua base e irá acabar por cair mais cedo ou mais tarde.

Qualquer sistema politico, com taxas de abstenção tão elevadas, vive uma utopia muito fora da realidade social da sua população. É um problema que não pode ser ignorado.

Não podemos continuar a criar justificações deste tipo:

“Ah e tal, sabemos que não é perfeito, mas é o melhor que temos!”

Eu digo, se não é perfeito, vamos tentar arranjar uma coisa diferente…

“Pois, mas a Grécia antiga já possuía um sistema democrático onde muitos dos actuais foram baseados!”

Eu digo, não será um pouco arcaico utilizar um sistema baseado em algo que existiu há 3000 anos??

Então, qual o problema com o nosso sistema democrático?

Tudo!

Primeiro:

A forma de gestão governativa é actualmente apenas e só burocrática, as poucas diferenças de ideais existem apenas nos extremos do espectro político, extrema-esquerda e extrema-direita, e essas ideologias são, no mínimo, perigosas. Tudo o resto se dilui numa única ideologia economicista.

Segundo:

Os partidos políticos são como um refúgio social para as mesmas pessoas. Não existe inovação, não existem caras verdadeiramente novas, com novas ideias. As pessoas até chegam a rodar entre partidos, como se as ideologias pudessem ser alteradas como quem muda de camisa.

Há gente que se passeia pelos diversos cargos de topo da sociedade, desde a presidência de câmaras, a clubes de futebol e a Primeiros Ministros…alguns até coleccionam cargos, como é o caso de um determinado politico que foi parar à Figueira da Foz há muito tempo atrás…

… sem falar que quando acabam a vida politica passam para a gestão de empresas de topo, (que só são de topo porque foram ajudadas em muitos casos a sê-lo pela própria comunidade politica), auferindo não só o salário profissional, como a choruda reforma de terem sido deputados… também quero.

Terceiro:

Hoje em dia, a governação nacional (qualquer que seja o País Ocidental de que falamos) é uma fachada dos interesses dos diversos lobbies económicos. A economia de mercado é que regulamenta as Leis fundamentais que os Governos emitem.

Em Portugal liberalizou-se o preço dos combustíveis, com vista à existência de concorrência. Nada, simplesmente nada aconteceu a não ser o aumento desses preços de combustíveis, e o incrível aumento de lucros de uma empresa que só por acaso detém o monopólio dos combustíveis fósseis no nosso País.

Nada muda, quem quer que esteja no topo da governação é automaticamente controlado pelos interesses económicos, directos ou indirectos, uma vez que o poder económico significa PODER.

E a prova que existe um problema chama-se...

Obama

Um homem idealista, que graças a uma autodestruição do sistema político americano, conseguiu despontar cedo, mas na altura certa, e surgir como alguém com ideais ‘honestos’ e tangíveis por qualquer um de nós.

E de repente, a abstenção caiu a pique...

E em 9 meses, começaram a surgir as provas da podridão do sistema politico interno e externo...

– Um verdadeiro sistema de saúde do Estado, por exemplo.

O que aconteceu: o sistema político rejeitou-o pura e simplesmente. Todos se aperceberam que as Seguradoras iriam perder uma fonte de receita imensa.

- A tentativa de diplomacia com a Coreia do Norte e o Irão.

Nada, quem está no poder não quer largar mão do seu trono...

Os órgãos de comunicação social (do seu próprio país) apresentam com frequência comentadores que o designam como ‘ingénuo’….

… eu?... eu acho-o realista. Pensa como o comum dos mortais e tem preocupações idênticas.

Não está viciado num sistema político de interesses, o sistema não teve tempo para isso, e o povo sabe-o.

Enfim...

Vivemos numa sociedade “econocrata”, e essa sociedade não tende a desaparecer.

Então o que fazer?

Surgem-me inúmeras ideias em bruto e outras mais trabalhadas sobre um ideal de sistema politico.

Mas deixo-vos com uma única questão muito simples para já, de forma a reflectirem um pouco sobre isto:

- E se acabassem os partidos políticos, sendo o governo assegurado por figuras individuais não associadas a ideologias, mas ao seu desempenho social, obrigando as pessoas a ‘pensarem’ e não a seguirem uma ‘côr de camisola’?

Muitas questões se levantariam nesta situação, inclusivamente a de uma população demasiado preguiçosa para pensar qual a figura que mais o merecia…mas não deixavam de ser questões de pormenor facilmente resolvidas com resoluções de pormenor também.

Pensem sobre isto, e descortinem como são inúmeras as opções ao sistema actual.

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